A postura das igrejas evangélicas em relação a pessoas que vivem na homossexualidade é sempre um tema de debate entre os próprios pastores e fiéis. John Piper, pastor e renomado teólogo, afirmou que a postura correta deve ser remover pessoas em uniões LGBT da comunhão, mas não agir de forma hostil. Piper fez a afirmação como proposta de equilíbrio em seu podcast Ask Pastor John, que faz parte do trabalho no ministério Desiring God. A lógica de sua argumentação é que, se de um lado é preciso ter zelo pela Palavra, por outro é preciso agir de maneira misericordiosa. O tema surgiu de uma pergunta feita por um ouvinte, que buscou saber como a igreja deve reagir quando for abordada com um pedido de bênção cerimonial para um relacionamento entre duas pessoas do mesmo sexo. O questionamento tinha como pano de fundo a decisão do papa Francisco de autorizar os padres a abençoarem tais uniões. Na mesma pergunta, foi pontuada uma reação extrema ao posicionamento do pontífice católico, quando o presidente da República do Burundi, Évariste Ndayishimiye, apelou ao apedrejamento de homossexuais, de acordo com a lei do Antigo Testamento. “Acho que o Novo Testamento nos afasta do tipo de bênção que o papa está endossando e nos afasta do domínio da turba ou da pena capital oficial que o presidente do Burundi está endossando”, disse Piper. A resposta do Evangelho é equilibrada, ensinou o pastor: “Em outras palavras, o Novo Testamento está nos afastando de ambos os passos. E acho que o Novo Testamento também dá aos cristãos outra maneira de desaprovar e outra maneira de amar aqueles que pensamos que estão tendo comportamentos que são, em última análise, eternamente destrutivos”. O pastor e escritor pontuou que as práticas pelas quais o Antigo Testamento pedia a pena de morte são as mesmas pelas quais o Novo Testamento determina a excomunhão: “Quando o Novo Testamento trata de imoralidade como adultério ou incesto, que teria sido um crime capital sob a antiga aliança, a forma como o Novo Testamento lida com esse pecado… é excomungar o pecador da igreja em vez de executar o pecador”. “Na Igreja, o novo povo de Deus, que não é um órgão político, étnico ou civil, a excomunhão substituiu a pena capital em casos como este”, reiterou Piper. Papa antibíblico Sobre a nova prática católica, Piper observou que embora a Bíblia exorte os crentes a “abençoar” aqueles que são hostis à sua fé, “nenhum desses usos da palavra ‘abençoar’ tem a intenção de significar uma reunião oficial ou não oficial em que você reúne pessoas que em seus corações estão celebrando o pecado”. “Os mandamentos bíblicos para abençoar nossos adversários, nossos oponentes, nossos inimigos não são um mandamento para realizar um culto no qual você estende a mão de bênção sobre aqueles que estão celebrando comportamentos que levam à sua própria destruição e que Deus chama de abominação”, resumiu o pastor John Piper. Deixando clara sua oposição à decisão de Francisco, Piper disse que “ele defendeu o pensamento antibíblico de outras maneiras, não apenas sobre este assunto”, citando como exemplo um incidente em 2018, quando o papa disse a uma criança que seu pai falecido, mesmo sendo ateu, poderia estar no céu. “Isso é muito contrário ao que a Igreja Católica Romana e todas as outras igrejas cristãs têm ensinado. Portanto, sem dúvida, abençoemos aqueles que nos amaldiçoam – mas não estendamos uma bênção sobre uma união entre pessoas do mesmo sexo”, finalizou, de acordo com informações do portal The Christian Post.