O homem armado que matou 17 pessoas dentro de uma escola na Flórida (EUA) na última quarta-feira, 14 de fevereiro, informou à polícia que ele ouviu vozes demoníacas que o incentivaram a cometer o ataque em sua antiga escola. Nikolas Cruz, de 19 anos, matou 17 pessoas e deixou vários feridos na escola Marjory Stoneman Douglas, e afirmou de forma categórica que as vozes eram "demônios". A informação foi compartilhada pelos investigadores, segundo relato da emissora ABC News. Cruz tem um histórico de problemas. As investigações mostraram que a Polícia foi chamada à casa da família dele na cidade de Parkland, Flórida, 39 vezes desde 2010. Os relatórios do xerife o descrevem como uma "pessoa mentalmente doente", e incluem boletins de ocorrência por "abuso de criança/idoso", "distúrbios domésticos", "pessoa desaparecida", entre outros, segundo a CNN. A mãe adotiva do rapaz, Lynda Cruz, morreu no final de 2017 aos 68 anos, em decorrência de uma pneumonia. A família de um amigo de Nikolas, resolveu abrigá-lo em sua residência, e foram pegos de surpresa com o ataque. "Nós tínhamos este monstro vivendo debaixo do nosso teto e não sabíamos", afirmou Kimberly Snead, 49 anos, ao jornal Florida Sun Sentinel. Ela e o marido, James, se disseram surpresos com a situação. "Eu disse que existiriam regras e ele seguiu todas as regras", explicou James, 48 anos. Arrependimento Durante sua primeira audiência na corte, Cruz foi acompanhado por sua advogada, uma defensora pública. Ele foi mantido preso sem fiança por causa do ataque que deixou 17 mortos e 14 feridos, e recebeu a acusação de assassinato premeditado, o que pode levá-lo à sentença de morte. Durante a audiência, Nikolas Cruz manteve os olhos baixos e não falou nada além da confirmação de seu nome quando questionado pela juíza. A advogada Melisa McNeil afirmou que o assassino está arrependido. "Ele está triste. Ele está arrependido. Ele está plenamente consciente do que está acontecendo, e [agora] é apenas um ser humano destruído", disse Melissa McNeil depois da audiência do tribunal. A família Snead descreveu o jovem como alguém que, aparentemente, tinha sido criado pela mãe adotiva sem a obrigação de realizar tarefas comuns, pois não sabia cozinhar, lavar roupa, recolher suas coisas ou até mesmo usar o microondas. "Era muito ingênuo. Não era estúpido, apenas ingênuo", afirmou James Snead ao Sun Sentinel. "Ele tinha hábitos incomuns. como colocar um cookie de chocolate em um sanduíche de queijo e ir para a cama às 20h", acrescentou, salientando que Nikolas Cruz "parecia solitário e queria ter uma namorada, mas estava deprimido pela morte da mãe".