A perseguição religiosa aos cristãos na Índia continua fazendo vítimas e deixando um rastro de prejuízos. Dessa vez, uma igreja localizada em Puducherry, no sul do país, foi incendiada pela terceira vez, mas às autoridades do Governo parecem ignorar o caso, apesar dos apelos por justiça da comunidade cristã.

Quando o pastor David Santosham, líder da Igreja Presbiteriana da Bíblia, recebeu uma ligação após uma reunião de oração em maio passado, dizendo que o templo da congregação estava sob chamas, ele certamente desconfiou de que se tratava de um ato criminoso.

Vários extremistas praticantes do hinduísmo já tinham feito ameaças ao pastor, dizendo que não queriam a realização de cultos evangélicos na região. “Era por volta das dez e meia da noite. Alguém me disse que a igreja estava em chamas. Corri imediatamente para lá, mas já era tarde”, disse David, segundo o World Watch Monitor.

“Sentíamos um cheiro de produtos químicos, que suspeitamos ser a causa do incêndio”, disse ele, destacando um dos indícios que apontam para o ato criminoso. Do templo, apenas às paredes ficaram de pé, enquanto todo o resto foi queimado, incluindo instrumentos musicais e literaturas bíblicas.

“Nós deixamos o prédio queimado intocado, esperando que haja uma investigação, mas até agora nada foi feito”, disse David, alegando que eles não possuem condições para alugar um novo espaço. Apesar disso, ele afirma que "nossa única esperança é Deus” e que continuará fazendo o trabalho missionário, ao ar livre.

O mesmo templo já foi queimado outras duas vezes, uma em 2012 e outra em 2016, mas a igreja nunca desistiu de cultuar a Deus e sempre reconstruíram o templo. A filha do pastor, Evangeline Santosham, lembrou do primeiro episódio, acusando um grupo nacionalista local pelo crime, conhecidos como "Rashtriya Swayamsevak Sangh" (RSS).

Para Neemias Christie, Diretor do Sínodo das Igrejas Pentecostais de Puducherry, o momento é de união entre os cristãos, independente das diferenças denominacionais. Ele enxerga o ataque atual como um alerta, já que a perseguição aos cristãos na Índia vem crescendo em todo o país.

"O fogo na igreja presbiteriana é um alerta para os cristãos. Devemos nos unir, deixando para trás diferenças denominacionais", disse Christie.

Atualmente a Índia o cupa a 11ª posição na lista mundial de perseguição religiosa, publicada anualmente pela organização Portas Abertas.