A Igreja Universal do Reino de Deus está colocando em prática um plano de redução no investimento midiático que faz através da veiculação de cultos e programas em emissoras de TV aberta, e a decisão levou ao fim da parceria que era mantida com a TV Gazeta em São Paulo.
O jornalista especializado em programação das emissoras de TV Flávio Ricco, do portal Uol, noticiou que empresas como RedeTV!, Gazeta e Canal 21 (do Grupo Bandeirantes) já foram informadas pela denominação liderada pelo bispo Edir Macedo que haverá cortes nos valores investidos.
“No mercado, trabalha-se com a informação de que cerca de R$ 500 milhões/ano são gastos para o pagamento desses horários”, afirmou Ricco, que pontuou que a queda na arrecadação de dízimos e ofertas especiais na Universal por conta da crise econômica estaria levando a denominação a modificar a forma como gasta os valores em seu orçamento de mídia.
“Não bastasse isso, hoje, praticamente todas as igrejas, inclusive a católica, já têm os seus próprios canais, além de rádios, sites e demais aplicativos. A cada dia o ‘aluguel’ de horários, entendem setores da IURD, vem se tornando menos necessário”, acrescentou o jornalista.
Em nota, a Igreja Universal afirmou que “não está diminuindo, e sim redistribuindo investimentos de TV em melhores canais e horários”.
Reação
Diante da postura adotada pela Igreja Universal, uma emissora ao menos decidiu romper vínculos de forma oficial com a denominação, e anunciou que não aceitou os termos propostos para a renovação de contrato.
“A Fundação Cásper Líbero informa que a TV Gazeta deixará de exibir programação de cunho religioso produzido pela Igreja Universal do Reino de Deus, a partir do próximo dia 15 de setembro”, informou a entidade mantenedora da emissora.
“Após 16 anos de relação contratual, a Universal propôs reduzir seu tempo de exposição na grade da nossa emissora com diminuição desproporcional dos valores negociados, o que não foi aceito. Nesta transição, a TV Gazeta ocupará os horários disponibilizados com conteúdo próprio e seu projeto vencedor de varejo, o Gazeta Shopping, Motors e Imóveis”, acrescentou o comunicado.
Atualmente, as emissoras que locam espaço na grade de programação para igrejas sofrem com baixa audiência e consequente perda de receita com publicidade. Os valores pagos pelas denominações que fazem a locação, no entanto, suprem essas perdas de maneira imediata, mas há quem veja que, ao longo do tempo, a relação é prejudicial para as empresas.
“Resta saber agora como ficará a situação da Rede TV! e de outras emissoras diante desse cenário. Algumas delas só ‘existem’ por causa do dinheiro da IURD, casos da CNT e Canal 21“, concluiu Flávio Ricco.