Diversas igrejas foram vandalizadas e/ou incendiadas no Chile no último domingo, 18 de outubro, durante protestos que foram agendados em comemoração de um ano de outro levante impulsionado pela esquerda e que deixaram 30 mortos. O comentarista político Rodrigo Constantino denunciou a postura da imprensa e do papa Francisco em relação ao caso.
Os tumultos no Chile vêm sendo impulsionados pelos movimentos políticos de esquerda desde que o atual presidente, Sebastián Piñera, empossado em 2018, chegou ao poder substituindo a socialista Michelle Bachelet.
As manifestações, que haviam se iniciado pacíficas, rapidamente se transformaram em atos de violência, vandalismo e profanação de templos. A Igreja São Francisco de Borja, que já havia sido alvo de ataques no ano passado, foi saqueada e incendiada novamente, mas bombeiros conseguiram amenizar os danos causados à estrutura.
De acordo com informações do jornal Gazeta do Povo, a Igreja da Assunção foi completamente incendiada, e sua agulha – um elemento arquitetônico similar a uma cúpula – desmoronou, fato que foi comemorado pelos vândalos.
Outro fator que influencia a instabilidade política no país é a realização de um plebiscito, no próximo domingo, 25 de outubro, para decidir se o Chile muda ou não sua Constituição atual, que está em vigor desde o período da ditadura de Augusto Pinochet. Há pressão da esquerda para que uma nova carta magna seja elaborada, mais afeita aos ideais progressistas.
Na visão do comentarista político Rodrigo Constantino, os protestos têm um significado maior: a investida dos movimentos de esquerda, cada vez mais agressiva, visam o completo rompimento com valores cristãos que foram basilares para a construção da civilização ocidental, incluindo Europa e América.
“A imprensa sempre alivia a barra da extrema esquerda. E basta lembrar que descreviam os vândalos das torcidas organizadas como manifestantes em prol da democracia, só porque eram contra o governo Bolsonaro. O que vemos no Chile são os sintomas de uma doença mais grave: o ataque aos pilares cristãos no Ocidente, mas ‘não podemos falar em cristofobia’. Na França, perto de Paris, um professor foi decapitado só por mostrar caricaturas de Maomé em aula”, pontuou.
Em seu comentário no Jornal da Record, Constantino afirmou que a “união nefasta entre radicais islâmicos e extremistas de esquerda” é a principal evidência dos objetivos desses movimentos: “Há uma ameaça clara ao legado cristão ocidental, sob a complacência de muitos jornalistas acovardados ou então simpáticos ao socialismo revolucionário, afinal, o cristianismo sempre foi um obstáculo aos anseios dessa turma”, denunciou.
“É lamentável ver a postura tímida do papa Francisco com o viés progressista. Sempre tão rápido em denunciar ‘ameaças à Amazônia’ ou coisa do tipo, o seu relativo silêncio sobre os ataques chilenos grita bem alto acerca das suas prioridades”, acrescentou Constantino, criticando o pontífice da Igreja Católica, que vem adotando posturas cada vez mais claras contra o movimento conservador dentro e fora de sua instituição.