O conflito histórico entre Israel e o mundo árabe está ganhando novos e importantes capítulos. Isso, porque, após o acordo de cooperação entre a nação judaica e os Emirados Árabes, agora mais um país de maioria muçulmana quer integrar o “Acordo de Abraão”.
O termo Acordo de Abraão é o nome pelo qual deverá ficar conhecido o documento que marca o acordo de paz entre Israel e os Emirados Árabes, bem como às demais nações árabes que por ventura venham a querer integrá-lo.
O anúncio do interesse do Sudão em fazer parte dos desdobramentos de paz no Oriente Médio foi feito pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Haidar Badawi Sadiq, na última terça-feira (18).
“Israel e o Sudão vão ganhar com um acordo de paz”, afirmou, destacando que a decisão não visa contrariar a visão do país, o qual possui maioria islâmica. “Analisamos um acordo desse tipo por meio dos interesses do Sudão, sem sacrificar nossos valores e princípios”.
Para Israel, mais um acordo de paz com uma nação de maioria muçulmana significa a possibilidade de expandir cooperações políticas de ambos os lados, o que seria um benefício diplomático.
“Israel, Sudão e toda a região se beneficiarão do acordo de paz e serão capazes de construir juntos um futuro melhor para todos os povos da região. Faremos o que for necessário para transformar essa visão em realidade”, afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, segundo a CBN News.
Para Netanyahu, o Acordo de Abraão com nações muçulmanas consideradas moderadas é também uma forma de combater o avanço do radicalismo islâmico em outros países, como o Irã, inimigo declarado da nação judaica.
“Estamos lutando contra o Irã e os radicais que estão tentando derrubar nossa ordem no Oriente Médio, subjugar pessoas, propagar o terrorismo”, afirmou o primeiro-ministro de Israel.
“Então, isso é bom para a paz, bom para segurança, bom para prosperidade. Acho que é bom para os Estados Unidos e bom para Israel”, completou Netanyahu.
Acordo de Abraão é profético?
Se o Acordo de Abraão possui relevância no mundo diplomático, alterando a geopolítica mundial de forma aparentemente positiva para Israel e seus vizinhos árabes, ele também possui implicações proféticas que devem ser consideradas.
Essa é a opinião do especialista em Oriente Médio Joel Rosenberg, que concedeu uma entrevista à CBN News para comentar os desdobramentos de paz no Oriente Médio, também do ponto de vista escatológico.
“O que vemos no livro de Ezequiel, capítulos 38 e 39, que é conhecido como a escatológica futura guerra de Gog e Magog, é os estados árabes sendo muito calmos e quietos em relação a Israel. Israel [é] reconstruído, pacífico, próspero, calmo, seguro e então uma aliança russo-iraniana-turca se formando contra Israel”, disse Joel.
A reação futura contra Israel, segundo a Bíblia, viria a partir de uma cooperação entre Gomer, Put, Cush, Pérsia, Togarmah, Gog e Magog. Ou seja, o que seria uma união atual entre os países adversários da nação judaica, após um período de paz.
“Não estou dizendo que a guerra com Gog e Magog é iminente”, explicou Rosenberg. “Estou dizendo que as linhas de tendência de paz no Oriente Médio, com um eixo russo-iraniano-turco – é exatamente para onde estamos caminhando. Essa é a trajetória, e isso é algo que deve fazer com que todos os cristãos observem cuidadosamente e continuem a orar pela paz de Jerusalém”.