Dois novos atentados terroristas do grupo Estado Islâmico contra igrejas cristãs no Egito foram registrados no último domingo, 09 de abril. Como consequência, o governo do país decretou estado de emergência.
A decisão do presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi tem como objetivo “proteger o país e preservar [sua segurança]”. O decreto prevê a duração do estado de emergência por três meses, mas está sujeito à aprovação do Parlamento, que é obrigado se pronunciar sobre o caso em até uma semana.
Os atentados ocorridos em duas igrejas da tradição copta deixaram, pela contagem inicial, 44 mortos e mais de 100 feridos, de acordo com informações do portal Correio 24 Horas. O presidente do Egito salientou que as forças de segurança vão “intensificar seus esforços para punir os criminosos” responsáveis pela barbárie.
“O ataque… só vai endurecer a determinação [dos egípcios] para avançar em sua trajetória para realizar segurança, estabilidade e desenvolvimento integral”, afirmou o presidente, acrescentando que a comunidade internacional “tem que castigar os países que apoiaram o terrorismo e criaram a ideologia [terrorista] e trouxeram combatentes de todo o mundo”.
Terror
A perda de territórios no Iraque e Síria forçou os terroristas do Estado Islâmico a migrarem para regiões do Egito, onde eles têm perseguido e matado cristãos dia após dia, impunemente. Os cristãos no país seguem a tradição copta, em sua maioria, mas representam uma pequena parcela da população em geral.
No ataque deste domingo, uma bomba explodiu na igreja de Saint George, em Tanta, no Delta do Nilo. Horas depois, uma explosão atingiu a Catedral de São Marcos, em Alexandria, sede histórica da cristandade no país.
O papa Tawadros II, patriarca da igreja copta, havai acabado de celebrar uma missa em alusão ao domingo de Ramos – que marca o início da semana santa -, e escapou ileso. Autoridades vasculharam o local e descobriram uma segunda bomba, que não foi detonada, e a desativaram.
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Repúdio
O presidente Michel Temer (PMDB) usou seu perfil no Twitter para expressar desprezo pelo ato de terror do Estado Islâmico e lamentar as mortes. “Repudiamos toda forma de intolerância religiosa e de extremismo violento. Nossa solidariedade às vítimas e seus familiares”, escreveu o presidente.
Uma nota oficial do Ministério das Relações Exteriores também manifestou repúdio e profunda consternação com os fatos: “Ao expressar suas condolências às famílias das vítimas, seus votos de plena recuperação aos feridos e sua solidariedade com o povo e o governo do Egito, o Brasil reitera sua condenação a todo e qualquer ato de terrorismo, independente de sua motivação”.