A defesa dos cristãos perseguidos ao redor do mundo é vista pelo primeiro ministro da Hungria, Viktor Orbán, como algo além de solidariedade: ele entende que o acolhimento aos fiéis da Igreja Perseguida pode renovar valores que a Europa abandonou.
“Os que estamos ajudando agora poderão nos dar a maior ajuda para salvar a Europa”, declarou Orbán recentemente na conferência internacional On Christian Persecution 2019, organizada na capital húngara.
De acordo com o Gatestone Institute, o governo húngaro é quem mais investe, atualmente, nas relações públicas internacionais e também em planejamento para ajudar os seguidores de Jesus Cristo que vivem sob perseguição ao redor do mundo.
“Estamos fornecendo aos cristãos perseguidos o que eles precisam: moradias, hospitais e escolas e recebemos em contrapartida o que a Europa mais precisa: a fé cristã, amor e perseverança”, explicou Orbán.
”A Europa está calada. Uma força misteriosa cala a boca de políticos europeus e mutila suas mãos”, acrescentou o primeiro ministro, que rotineiramente é tratado de forma jocosa na grande mídia europeia.
Nessa ocasião, Viktor Orbán enfatizou que a perseguição aos cristãos não é vista, na Europa, como um tema de Direitos Humanos. O primeiro ministro também observou que os cristãos “não podem ser mencionados sozinhos, só juntamente com outros grupos que também sofrem de perseguição por conta da fé”, o que causa imprecisões por parte das autoridades.
Dessa forma, Orbán declarou, a perseguição aos cristãos está “inserida na família heterogênea de grupos religiosos sendo perseguidos”.
O secretário de Estado da Hungria para a Ajuda de Cristãos Perseguidos, Tristan Azbej, trouxe outros pontos do problema para a discussão, e revelou que a ação do governo de Orbán vai além do discurso: ”Até agora desembolsamos 36,5 milhões de dólares para fortalecer as comunidades cristãs, onde quer que elas estejam. Isso porque não queremos, segundo nossos princípios fundamentais, que os membros das comunidades cristãs deixem seus lares, o que queremos é capacitá-los a se fortalecerem e lá permanecerem. Nosso princípio é levar ajuda onde ela for necessária e não trazer problemas onde eles não existem, ainda pelo menos”.
“Nesse contexto já reconstruimos casas para 1200 famílias cristãs no Iraque para que pudessem retornar. Estamos construindo escolas para os cristãos no Oriente Médio juntamente com a Igreja dos Caldeus e a Igreja Ortodoxa Síria. Nós cobrimos as despesas médicas dos hospitais cristãos, três deles na Síria; estamos nesse momento reconstruindo 33 igrejas cristãs no Líbano e também estamos executando um amplo programa de construção e desenvolvimento na planície de Nínive”, enumerou Azbej.
A Hungria vem atraindo holofotes ante a apatia da Europa em relação ao sofrimento dos cristãos perseguidos. Até aqui, é o único país do continente que organiza conferências internacionais relacionadas à perseguição de cristãos e também direciona ajuda feita sob medida para os cristãos do Oriente Médio.