A percepção dos evangélicos em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF) é amplamente negativa, devido às decisões dos ministros que enfraquecem o combate à corrupção e impulsionam o relativismo na sociedade.
Uma recente pesquisa do instituto DataFolha mostrou que entre os evangélicos, 38% reprovam o tribunal, 19% aprovam, 37% o consideram regular e 6% não tem opinião formada sobre o assunto.
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, esses números mostram que no segmento evangélico, a percepção em relação ao STF se assemelha à do geral da sociedade brasileira.
Uma amostra disso é que, entre os católicos, os números são muito parecidos: 38% de reprovação, 20% de aprovação, 38% de regular e 4% sem opinião formada.
Quando o espectro analisado envolve os ateus ou pessoas sem religião, a reprovação ao STF sobe: 55% dos incrédulos rejeitam a atuação dos ministros, enquanto entre os que não pertencem a nenhum grupo religioso o número soma 47%.
“Nesses dois grupos, só 13% aprovam o desempenho do Supremo”, pontuou o jornalista Reynaldo Turollo Jr, que analisou os dados da pesquisa.
Parte da reprovação ao STF no meio evangélico vem de decisões como a que, recentemente, criminalizou a “homofobia”, a que reconheceu a união entre pessoas do mesmo sexo, em 2011, e a que autorizou o aborto de fetos anencéfalos, em 2012.
Ciente de que a atual configuração da Corte é progressista, o presidente Jair Bolsonaro indicou que irá valer de sua prerrogativa para indicar os substitutos dos ministros que serão aposentados compulsoriamente ao longo de seu mandato.
“Existe algum entre os 11 ministros do STF evangélico, cristão? Desculpa o Supremo. Eu jamais atacaria um outro Poder, mas não estão legislando?”, indagou Bolsonaro em maio, por ocasião da decisão que equiparou a “homofobia” a racismo.
“Não está na hora de termos um ministro evangélico no STF?”, questionou o presidente, antes de afirmar que tem um nome “terrivelmente evangélico” para indicar.