Milhares de pessoas nesse momento estão vivendo na dependência química, um mal que assola diferentes perfis e famílias, independente da classe social. Porém, quando crianças são expostas a um ambiente propício para o uso de drogas e vivem em um lar desfuncional, sem a presença positiva do pai e da mãe, a chance delas se tornarem dependentes químicos no futuro é muito maior.
Foi isso o que aconteceu com Anderson Freitas Soares. Ele contou o seu testemunho no programa Noite e Cia da Rede Super, explicando como apenas com nove anos foi morar nas ruas em consequência das drogas.
“Eu cresci em uma favela e foi onde toda minha história começou. Eu entrei no caminho das drogas, que na verdade eu achava que era o melhor caminho. Eu conheci dois amigos que para mim eram meus heróis. Eles estavam me ensinando como ser um homem”, disse ele.
Atuando como missionário atualmente, Anderson explicou como o cigarro foi a sua porta de entrada para as drogas, por influência dos amigos. Seu exemplo confirma o que todos os ex-dependentes químicos relatam sobre o risco de se envolver com más amizades.
“Eu acabei indo para o caminho que os meus irmãos não tomaram, as drogas. Esses dois amigos me ofereceram cigarro e quando eles me ofereceram eu tinha de oito para nove anos. Mas eles não contaram as consequências”, explica Anderson.
A dependência química te faz egoísta
Um ponto importante destacado pelo missionário Anderson é sobre os prejuízos que a dependência química causa nos relacionamentos. Ele explica que por conta do usuário se preocupar muito mais em sustentar seu vício, isso o torna egoísta.
“Todo dependente químico se torna uma pessoa egoísta, porque ele pensa só nele. Ele não tem mais amor pela família, não ter mais consideração pela família”, disse ele. “Então, não fiquei só no cigarro, fui para a cola e quando eu pensei que não, estava debaixo do viaduto. Eu não tinha outro lugar para morar, cheguei lá com nove anos e fiquei até os 12”.
Anderson disse que foi resgatado em 1999 por um missionário, que lhe ofereceu abrigo em uma casa de recuperação. “Eu fui para a Casa Resgate, o projeto que me resgatou. Fiquei 15 dias lá e depois eu fui para Casa Restauração, que é o abrigo e que acaba se tornando a sua casa. Depois eu acabei voltando para as ruas, desisti de tudo, mas eu pensei e refleti. Cheguei à conclusão de que precisava de ajuda”, lembra.
Apesar da resistência ao tratamento em função das drogas, algo também comum para todo usuário, Anderson entendeu que só poderia encontrar sentido em Jesus Cristo, foi quando ele fez a escolha de ter o Evangelho como referência para sua vida e não os próprios interesses.
“Consegui uma vaga, retornei e fiquei lá quase oito anos da minha vida. Eu lembro que eu estava no quarto sozinho e falei com Deus sobre missões. ‘Mostra para mim, revela se isso for real. Eu escolho hoje renunciar todos os meus sonhos e viver os Seus projetos’. Naquele dia eu estava com 15 anos”, conta. Assista baixo: