A demissão de um funcionário após ele se recusar a participar de um estudo bíblico está causando dores de cabeça a um empresário cristão, que nega ter discriminado o antigo colaborador e tenta evitar uma derrota na Justiça. O empresário cristão Joel Dahl, um ex-presidiário que se entregou a Jesus durante o cumprimento de sua pena, está sendo processado em US$ 800 mil pelo ex-funcionário Ryan Coleman, que alega ter sido demitido por se recusar a participar de um estudo bíblico que a empresa oferecia, em horário de trabalho e de forma remunerada. De acordo com informações do portal Oregon Live, a empresa Dahled Up Construction atua no ramo da construção civil, com especialização em coberturas e pinturas. O proprietário afirma que ergueu sua empresa baseada em princípios cristãos, e que os estudos bíblicos são conduzidos por um pastor. Coleman disse que participou dos estudos bíblicos durante seis meses, mas não se adaptou e informou ao patrão que não iria mais comparecer às reuniões. “Eu disse ‘Eu mantive uma mente aberta, e isso não é para mim’. E ele disse: ‘Bem, vou ter que substituí-lo'”, disse o ex-funcionário. “Ele disse: ‘Você não vai me dizer como administrar minha própria empresa‘. Eu disse: ‘Não estou tentando dizer a você como administrar sua própria empresa, mas você não vai me dizer a que deus devo orar’”, continuou. No processo, o ex-funcionário acusa o empresário de discriminá-lo a partir da religião, enquanto o antigo patrão diz que as alegações visam apenas ganho financeiro. “Dahl acha que é lamentável que ele [Coleman] esteja tentando explorar as honradas intenções de Dahl por ganhos financeiros injustificados”, disse Ken Hickam, o advogado de Dahl. O empresário não contesta a afirmação do ex-funcionário de que ele era obrigado a comparecer ao estudo, mas argumenta que não há irregularidades porque paga seus funcionários para comparecerem. “Joel Dahl espera fazer mais com sua empresa do que apenas o trabalho de construção“, disse o presidente da Pacific Justice Institute, Brad Dacus, que assessora o empresário. “Ele espera ajudar os presos que já foram como ele, e que poderiam ter dificuldade em encontrar trabalho por causa de seus erros passados, encontrar redenção. A Suprema Corte afirmou repetidamente nos últimos anos que os donos de empresas cristãs são, na maior parte, livres para operar suas empresas de acordo com os princípios de sua fé. Esperamos defender o direito de Dahl de fazer o mesmo, especialmente tendo em vista o bem documentado poder do cristianismo de transformar até mesmo os mais vis criminosos em cidadãos exemplares”, concluiu.