Um homem que viveu intensamente seus impulsos e se tornou transgênero, com a cirurgia de mudança de sexo, implantação de próteses de silicone e tratamento hormonal, se arrependeu e agora vive como nasceu, apesar de agora precisar lidar com as consequências de suas escolhas.
Robert Diego de Paula, 33 anos, decidiu que precisava “voltar às origens”. Criado numa família evangélica, filho do meio de um total de cinco filhos, ele se distanciou do que hoje entende como propósito divino a partir dos 15 anos de idade, quando passou a usar peruca, vestido e salto.
Aos 16 anos, acreditou que era hora de dar um passo adiante, e passou a modelar o corpo com silicone, e também o rosto. A essa altura, começou a se prostituir. “Eu frequentava a igreja (Batista) desde os 7 anos, mas ali eu abri mão. Era inconciliável”, relembra.
Aos 18 mudou-se para a Europa. Quatro anos depois, veio ao Brasil para dar entrada nos papéis necessários para alterar seu nome, e escolheu Sabrina. Segundo Robert, após a burocracia, veio a compulsão por fazer a cirurgia definitiva de mudança de sexo: “[Queria] me olhar no espelho e nunca mais vê-lo [o pênis]”.
Dois anos depois, com 24 de idade, ele conseguiu fazer sua primeira cirurgia de redesignação sexual, em Bangcoc, na Tailândia. Aos 26, foi à Espanha para repetir o procedimento “por questões estéticas, para ficar mais bonita”. Ao todo, gastou cerca de R$ 100 mil: ”Contando os dias internado, a recuperação e o tempo que eu fiquei sem trabalhar”.
Na entrevista concedida ao portal Uol, ele revelou que iria se casar com um italiano em Roma. Tinha 27 anos de idade, e o noivo era um amigo, não um amante. Viviam juntos, mas não tinham relacionamento sexual, já que o pretendente era divorciado e nutria “amor platônico” por Sabrina.
“Em coisa de dois dias, eu deixei tudo aquilo para trás”, lembra. “Sempre tive no coração questionamentos sem resposta. Queria saber o que é a eternidade. Descobrir o que vem depois. Diante do infindável, não vou me preocupar com os 80 anos [que pode viver]”.
Robert, então, concluiu que se deixou levar por impulsos a vida toda: “Era um sonho tão profundo que ofuscou a realidade. Quando se concretizou, a vida ficou sem sentido. Eu me perguntava: ‘E agora?’ É que nem aquela doideira do casamento, que a mulher passa a vida sonhando em usar o vestido de noiva e, quando acontece, ela vê que não era nada de tão grandioso. A vida é assim”, lamenta.
Sua volta às origens, ele diz, se deu por compreender o básico: “A princípio, criou Deus os céus e a Terra, e viu Deus que o mundo era bom. Perfeito. O homem, a partir da criação, tem de viver na sua função original. Precisa entender que foi feito para a alegria e a perpetuação da espécie”.
Agora, uma das consequências de seu impulso é ter perdido seu aparelho reprodutor. Mas, isso não o impediu de trilhar o caminho de volta: “Quando digo ‘homem’, falo da espécie humana em geral. Individualmente, eu me privei da possibilidade de reproduzir, como tantas pessoas que o fazem por escolha própria. Isso não quer dizer que a função original mudou. Uma cadeira que tinha quatro pernas e, de tanto uso, perdeu uma, não perdeu sua finalidade original”.
Com propriedade de quem viveu o mundo LGBT, Robert critica a expressão “cura gay”, cunhada pela grande mídia com certa carga de preconceito, e diz que o mais adequado seria ”reorientação”.
“Essa pessoa precisa mudar sua ótica antropológica, para se enxergar como ele é, e recuperar seu fim específico, o da reprodução”, acredita, acrescentando que a “ideologia de gênero” poderá produzir muitos mais casos como o seu, no futuro.
“Outro dia, um adolescente de 19 anos me procurou dizendo que vivia uma confusão. Amava a namorada, mas pensava em deixá-la para assumir um relacionamento gay. Propus conversarmos e, durante esse tempo, o deixei livre para pensar. Até que ele disse: ‘Robert, te ouvindo, eu vejo que há possibilidade de continuar com a minha namorada’. Pois ele está com ela e vai se casar, feliz. Eu pergunto: esse menino reprimiu o desejo homossexual dele? Não. Ele só viveu aquilo como se fosse real”, ilustra.
Ele vê, ainda, que o transgenerismo está glamorizado e que muitos adolescentes dizem se identificar com o gênero oposto só para fugir do padrão. E, infelizmente, muitos especialistas não se importam com o fato de que esses jovens não apresentam nenhum histórico de conflito de gênero: “Hoje, uma pessoa que sequer tem uma aparência feminina diz: ‘Eu quero mudar de nome’. Vai ao cartório e passa a ser uma mulher na certidão. Então, a nossa luta [dos transexuais] de muitos anos pra transicionar, conquistar o direito de mudar de nome e de sexo foi banalizada. Isso é assustador!”
Agora, Robert está convicto de que viveu uma “confusão de criança” e que se encontrou realmente: “Um psiquiatra assinou um laudo em que atesta que não há transexualidade em mim. Ele não pode ser muito direto porque, se fosse, estaria derrubando tudo o que estudou até hoje”, diz.
Definindo-se como um “liberal na economia, conservador nos costumes”, Robert ajudou a eleger o presidente Jair Bolsonaro (PSL) por acreditar que é preciso refrear a impulsividade progressista.
“Eu tenho uma forma de enxergar diferenciada. Não vou no barulho de carroça”, pontua. A seu ver, o futuro mundo afora será caótico, pois a sociedade ainda vai “buscar a moral de volta”, e talvez, receberá de maneira impositiva: “E pode escrever: ela só vai conseguir isso de forma objetiva através do islamismo. Se prepare, os muçulmanos vão governar o mundo”, avalia.
“Quando o domínio massivo do mundo era cristão, as pessoas achavam que nós estávamos impondo a nossa visão das coisas. Agora, veremos os progressistas se enforcando com seus desejos de igualdade. Alguém que não respeita nada disso vai pisoteá-los”, alerta, referindo-se à expansão muçulmana que a Europa assiste.
“A Europa já está quase lá. Em 20 anos não vai existir mais França. Ali, a taxa de natalidade de muçulmanos é 2,6, e a de não muçulmanos, 1,6. Minha visão é apocalíptica: o mundo buscou a não-moralidade, agora vai ter o que merece”, conclui.