A segunda parte da entrevista que o pastor Silas Malafaia fez com o presidente Jair Bolsonaro foi publicada e mostrou avaliações que o mandatário faz de si mesmo e de seu governo. Ciente de que há situações a serem aprimoradas, deixou transparecer que se sentiu traído por parlamentares que abandonaram sua base de apoio.
Malafaia conversou com Bolsonaro no Palácio do Planalto e na primeira parte do encontro, o presidente afirmou que Deus tem dado a ele mais do que sabedoria, municiando-o com resistência e coragem.
Entretanto, o próprio presidente admite que os percalços não são poucos: “Não está sendo fácil para mim e para minha família. Mas tem um lado que eu botei na minha cabeça: é uma missão de Deus. Ponto final. Vamos cumpri-la. Não adianta, por livre e espontânea vontade, não saio daqui. E pelo que tudo indica, o Parlamento entendeu”, disse.
Bolsonaro fez questão de enfatizar que a República está em pleno funcionamento e que os poucos atritos ocorridos fazem parte do exercício da função, uma vez que há muitos interesses e objetivos que precisam ser conciliados.
“Tenho boas amizades no Parlamento. O Poder Judiciário que é criticado, também tenho boas amizades. Converso com os chefes de todos os poderes, isso é funcional. Tenho também o prazer de conversar com eles, trocamos ideias, alguma coisa que a gente consiga influenciar, outras eles conseguem influenciar… Somos seres humanos. Se o pastor erra, porque eu que não sou pastor, não sou padre, não vou errar?”, questionou.
Sobre a postura adotada por parlamentares que foram eleitos em sua coligação e abandonaram a base de apoio, o presidente lamentou: “A ingratidão é terrível. Pessoas que não poderiam se eleger vereadores no Brasil, são [deputados] federais com 200 mil votos e… Levei uma facada do Adélio e agora mais de uma dezena dentro da Câmara de gente que eu elegi”.
“Quero dizer que ninguém faz nada sozinho. Precisamos ter pessoas ao nosso lado. Vocês têm um governo agora que valoriza a família, reconhece os seus militares, é leal ao seu povo e acredita em Deus. Falo isso com orgulho, com satisfação. Mudou o Brasil”, comentou, pedindo que a população continue fiscalizando as diferentes esferas do poder.
Bolsonaro acredita que sua equipe está bem montada e fez elogio à ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos: “Temos pessoas maravilhosas ao meu lado. Vou citar só uma: Damares [Alves]. É o ministério mais complicado o dela, tendo em vista o grau de aparelhamento e os problemas que tinha. Está mudando. Estamos mudando a Cultura, nossa agricultura está fazendo sucesso no mundo todo. Economia, Turismo, Infraestrutura”, enumerou.
“A questão ambiental era tratada de forma xiita no Brasil. Está mudando. Agora, o que a gente precisa de vocês é que entendam realmente, procure saber a verdade para poder dizer, não da boca para fora, mas do coração, que o Brasil tem como dar certo e vai dar certo, porque somos um país cristão, estamos num Estado laico, mas o seu presidente acredita em Deus com todas as suas forças”, acrescentou.
Ao final, o presidente compartilhou um desejo pessoal: “Meu sonho é entregar a presidência no futuro a alguém que vai me suceder, entregar o Brasil bem, mas bem melhor do que eu recebi”.
Confira a íntegra da segunda parte da entrevista: