A Fundação Nacional do Índio (Funai) está levando adiante, em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) uma investigação contra o missionário norte-americano Steve Campbell, acusado de entrar em uma terra indígena no interior do Amazonas sem autorização.
O caso do missionário Campbell, que vive no Brasil desde os anos 1960, envolve a suspeita de que ele tenha entrado na reserva Jarawara/Jamamadi/Kanamati, próxima ao município de Lábrea, a 701 Km de distância de Manaus. Há ainda a suspeita de que ele possa ter acessado o território da etnia Hi-Merimã, composta por índios que vivem isolados.
“Trata-se, primeiro, de uma violação simbólica dos direitos desses povos indígenas isolados: a invasão do espaço de ocupação intensa e do qual dependem para sua sobrevivência”, aponta a nota divulgada pela Funai.
Segundo informações do portal G1, é possível que o missionário tenha acessado um acampamento recente dos Hi-Merimã, povo que se movimenta no interior do território por motivos variados, como acesso aos recursos naturais, que passam por mudanças ao longo do ano.
“Não podemos descartar a hipótese de que o missionário tenha feito contato com aquele povo. Caso isso tenha acontecido, os efeitos deletérios são incalculáveis”, diz a Funai, acrescentando que o contato com essa tribo pode resultar em morte, pois seu organismo não possui memória imunológica para doenças comuns fora do território.
“Não se pode dizer que nenhum dos integrantes está a salvo do risco de contaminação, o missionário colocou em risco a vida de um povo indígena isolado inteiro”, acusa a Funai.