Desde fevereiro do ano passado (2018), quando entrou em vigor o novo Regulamento sobre Assuntos Religiosos na China, a perseguição religiosa aos cristãos no país vem assumindo proporções absurdas.
O que antes era apenas uma tentativa do governo de restringir a liberdade religiosa, agora está se tornando uma exigência de culto ao Partido Comunista, ao invés de Jesus, concretizando uma característica do comunismo: apresentar o Estado como um deus.
“Somente Jesus pode te salvar? O Partido Comunista não pode salvá-lo? Você acredita em uma religião estrangeira, que é um ato hostil contra o Partido Comunista”, disseram autoridades do governo chinês para um pastor evangélico, segundo informações da agência Bitter Winter, que monitora os casos de perseguição religiosa na China.
Em julho, o pastor foi levado para a delegacia, após uma denúncia ao Departamento de Trabalho da Frente Unida, órgão estatal que tem por objetivo regulamentar a vida civil, segundo os moldes da ideologia comunista.
O motivo, foi porque o pastor havia produzido panfletos onde estava escrito que “somente Jesus pode salvar pessoas”, informou a Winter. Ele foi liberto no mesmo dia, mas foi proibido de fazer pregações na própria igreja até o próximo ano, além de precisar comparecer na delegacia sempre que o governo julgar necessário.
Jovens cristãos
Essa nova atmosfera de intolerância religiosa tem afetado diretamente os cristãos mais jovens, em especial. O Partido Comunista Chinês (PCC) entende que o regime político do país está ameaçado por causa do evangelismo, então proibiu qualquer atividade religiosa para os menores de idade.
“Os jovens chineses têm muitos problemas, como vício em internet, violência escolar, tabagismo e uso de drogas. Acreditar em Deus e ficar longe dos pecados é uma coisa muito boa para as crianças ”, disse um cristão à Bitter Winter, sem entender o motivo das proibições.
Um funcionário do Departamento de Segurança Pública explicou o motivo: “O Partido Comunista acredita que seus sucessores estão sendo excluídos. O PCC pensa que muitas pessoas acreditam em Deus, e a crença religiosa deve ser restrita.”
É por causa de tais medidas que os cristãos chineses sofrem retaliações do governo, visto que não deixam de expressar a fé em Jesus Cristo. Organizações como a Portas Abertas e a China Aid pedem orações pelo país, para que Deus fortaleça os seus filhos diante da onda de intolerância estatal.