Cristãos que vivem nas aldeias de Halwar, Tekla, Bharagad, Kospundi e Alenga, na Índia, estão enfrentando os piores dias de suas vidas, após serem ameaçados por extremistas hindus locais de que não teriam mais acesso à água e outros mantimentos subsidiados pelo Governo, caso continuem adorando o Senhor Jesus Cristo.
Com o avanço de partidos nacionalistas que pregam a “pureza” da Índia baseada em suas tradições, entre elas a religião hindu, adotada por 79,8% da população, a rejeição ao cristianismo e outras formas de expressão religiosa tem se convertido no aumento da perseguição religiosa aos cristãos.
Um desses partidos é o Bharatiya Janata (BJP), do qual um dos seus membros, Bharat Singh, chegou a dizer publicamente em outra ocasião que “os cristãos são uma ameaça para a unidade do país“, chamando atenção das autoridades cristãs pela natureza do discurso que, na prática, incita ainda mais a intolerância religiosa.
Dessa vez, os cristãos que vivem em Gadchiroli, no estado de Maharashtra, também foram informados que não poderão mais cultuar a Deus nos templos cristãos. “Fecharemos uma igreja a cada semana”, disseram os extremistas hindus, que já atacaram várias casas em cinco aldeias locais, segundo um relatório da organização World Watch Monitor (WWM).
Perseguição politica e comunitária
A perseguição religiosa aos cristãos na Índia não está sendo fomentada apenas por partidos políticos nacionalistas, mas também por grupos hindus extremistas que controlam às comunidades locais.
“Se uma pessoa da família é convertida ao cristianismo, o resto da família se une à aldeia e todos eles imediatamente boicotam socialmente essa pessoa”, disse uma fonte da WWM.
No último dia 5 de agosto, por exemplo, um cristão que vive em Kospundi foi atacado por um grupo de moradores que exigiram dele a renúncia da sua fé em Cristo. A estratégia dos perseguidores é pressionar os cristãos, fazendo com que eles se sintam oprimidos espiritual, mental e fisicamente, também pela privação de recursos.
“O novo convertido cristão na Índia não terá emprego na aldeia e ninguém virá ajudá-lo com seu trabalho. O boicote social é apenas o começo. Depois disso, o novo convertido é constantemente ameaçado sob exigência de abrir mão de sua fé em Jesus; ele pode ser facilmente atacado ou ter a sua casa atacada”, acrescenta a testemunha.
A organização Portas Abertas denuncia que desde junho várias casas e templos cristãos foram atacados, destruídos ou tiveram obras embargadas. O problema se intensifica porque há também a cumplicidade das autoridades, fazendo com o que os cristãos muitas vezes não tenham para quem recorrer.
“Ore pelos cristãos indianos, peça que eles sejam encorajados e fortalecidos a não cederem às pressões de abandonarem a fé”, pede a organização.