O presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, terá o direito de indicar dois ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF). Eles deverão substituir, respectivamente em 2020 e 2021, os atuais ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello, que vão se aposentar quando completarem 75 anos.
Um dos nomes mais cotados para uma das vagas é o de André Luiz de Almeida Mendonça, que atualmente atua como advogado-geral da União, cargo esse também indicado pelo presidente Bolsonaro.
Com 19 anos de experiência na carreira jurídica, Mendonça é especialista em Direito Público pela Universidade de Brasília (UnB), mestre em Estratégias Anticorrupção e Políticas de Integridade pela Universidade de Salamanca, na Espanha, e doutor em Estado de Direito e Governança Global pela mesma instituição.
Uma das formações de Mendonça, porém, é a de Teologia, pela Faculdade Teológica Sul Americana, onde cursou a graduação de bacharel, e isto porque ele também atua como pastor na Igreja Presbiteriana Esperança, localizada na Asa Norte, em Brasília, segundo informações do Uol.
Mendonça defende pautas conservadoras, como a não legalização das drogas e o ensino do criacionismo, além da liberdade religiosa como um direito fundamental para os cidadãos.
“Se, por exemplo, eu sou criacionista, não posso negar o direito de o outro ser evolucionista. Essa compreensão dentro da liberdade religiosa é importante. O que não significa que eu não posso defender a minha tese criacionista, respeitando o direito do outro defender a sua outra tese”, disse ele.
Questionado em novembro do ano passado sobre qual era o seu objetivo ao assumir o cargo de advogado-geral da União, Mendonça destacou o combate à corrupção como o seu maior foco.
“Sobre o futuro, o que a gente precisa ter é um trabalho sério de combate à corrupção, com responsabilidade, sem acusações levianas, mas sem deixar de fazer o que tem de ser feito. Essa é a luta minha de vida, e certamente terei apoio do Bolsonaro, que já deu muitos sinais nesse sentido”, disse ele, segundo a IstoÉ.
Se confirmada a indicação de Mendonça, aparentemente ele atenderá o requisito do presidente Bolsonaro de colocar um ministro “terrivelmente evangélico” no STF, uma visão que contrasta com a recente opinião do pastor e deputado Marco Feliciano, que defendeu na última segunda-feira a indicação de um ministro homossexual para a Corte.
“O que há de mais belo na democracia é a pluralidade de pensamentos. Tinha que ter lá [no STF] um ministro homossexual”, disse Feliciano.