Após a decisão da Justiça que proibiu a realização de cultos evangélicos nos vagões de trens da Supervia, no Rio de Janeiro, a 7ª Vara Empresarial da Capital decidiu que multará a empresa diariamente em R$ 5 mil caso as celebrações continuem ocorrendo.
Além de colocar avisos sobre a proibição da realização de cultos durante as viagens, a Supervia deverá fazer uso de força coercitiva para se fazer cumprir a ordem judicial.
O inquérito que deu origem à decisão da justiça registrou mais de 100 queixas de passageiros, que relataram incômodo com os cultos evangélicos durante as viagens nos trens, além das queixas relativas à entonação de cânticos, uso instrumentos musicais, gritarias e ofensas verbais aos demais passageiros que não compartilham da mesma fé.
A decisão não foi bem vista por parte dos passageiros: “A pessoa pode se expressar onde quiser. De vez em quando é chato , mas acho [a proibição] um abuso de poder”, afirmou Débora Fernandes, jornalista, em entrevista ao G1. “Eu acho que cada um se manifesta da maneira que quer. Mas tem que ter um local apropriado, porque nem todos do trem gostam de ouvir”, ponderou o técnico de informática Carlos Esteves.
A Supervia afirmou que já colocou avisos nas bilheterias e também realizou reuniões com os religiosos, pedindo a colaboração na questão.
O pastor Silas Malafaia comentou a decisão da Justiça e criticou a alegação de incômodo: “Só agora os cultos estão incomodando? Ninguém fala da quantidade de pessoas que pensavam em se matar e desistiram depois de ouvir a palavra dos pregadores. Ou dos dependentes químicos que deixaram as drogas. O que é lixo moral tem ampla divulgação. Quero ver o promotor mandar acabar com a Parada Gay. Esta sim causa muito mais constrangimento às famílias brasileiras. Mas, é claro, não se pode falar nada, pois é homofobia. Só lamento a decisão da Justiça. Temos que acatar”, escreveu.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+