A luta pela democracia em Hong Kong continua colocando os chineses em confronto direto com os ideais do Partido Comunista da China (PCC). Como forma de tentar barrar o avanço dos protestos que se arrastam há meses, ameaças de morte estão sendo dirigidas para pessoas de influência, como os líderes cristãos pró-democracia.
“Oodos os integrantes de sua família morrerão; seus membros serão cortados”, diz o trecho de uma mensagem enviada ao Dr. John Chan, do Alliance Bible Seminary. Assim como ele, outros 39 líderes cristãos receberam ameaças dessa natureza, segundo informações do Christian Headlines.
Não se sabe quem exatamente está enviando tais ameaças, mas pelo nível de detalhamento das informações envolvendo a vida das vítimas é possível cogitar a participação de agentes do governo no esquema.
John Chan explicou que nas ameaças constam informações pessoais, por exemplo, sobre o dia-a-dia dos líderes, indicando que eles estão sendo vigiados constantemente.
“Por exemplo, quando a Igreja Flow transmitiu um culto ao vivo recentemente, o remetente [da ameaça] o assistiu”, disse Chan. “Se um certo pregador falar esta semana, ele também saberá… ele até sabe quem tem uma irmã mais nova e onde ela trabalha.”
Os protestos em Hong Kong visam consolidar a democracia no território governado pela China comunista, mas a população encontra forte resistência vinda de Pequim.
“Não importa como a situação em Hong Kong mude, é muito claro que Hong Kong faz parte do território chinês”, disse o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, ressaltando que o governo fará de tudo para impedir a independência do território.
“Qualquer tentativa de atrapalhar Hong Kong ou minar sua estabilidade e prosperidade não terá êxito”, completou Wang. No meio dessa disputa os líderes cristãos querem a paz, mas ao mesmo tempo sabem que a truculência do regime comunista é uma afronta aos princípios do Evangelho de Cristo.
“De fato, a polícia que representa a autoridade é a que está fazendo o mal e isso é irônico”, disse Patrick Chu, da Umbrella City Cyberchurch (UCC), em Hong Kong, ao comentar a repressão violenta das autoridades contra os manifestantes em outra ocasião.
“Na fé cristã, todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, ressalta o líder cristão.