A perseguição religiosa aos cristãos nigerianos já ganhou proporções de um genocídio em curso. Enquanto atentados se acumulam e vidas são perdidas, veículos de notícias relatam quase diariamente a intolerância que os seguidores de Jesus sofrem em regiões como o estado de Kaduna, onde mais de 30 foram mortos no espaço de apenas dois dias.
Agências internacionais de vigilância religiosa, como a Portas Abertas e a Morning Star News, repercutem essas informações na esperança de mobilizar esforços governamentais para a luta contra a perseguição aos cristãos, mas a tentativa parece silenciada pela aparente indiferença até mesmo de grandes grupos de Direitos Humanos.
Segundo informações da CBN News, cinco aldeias cristãs foram atacadas no começo do mês e em apenas dois dias 33 cristãos foram mortos por radicais da etnia Fulani. “As agências de segurança não estão aqui para nos proteger, mas para servir aos interesses daqueles que nos atacam”, reclamou um dos sobreviventes.
O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, que é um muçulmano da etnia Fulani, minimizou a motivação religiosa por trás dos ataques, atribuindo parte deles à violência local e suposta guerra entre gangues.
Segundo o presidente, os ataques seriam frutos de uma “combinação perversa de banditismo de motivação política, assassinatos por vingança e violência mútua por gangues de criminosos que agem por motivos étnicos e religiosos”.
Em 17 de agosto, os radicais sequestraram o motorista Danlami Dariya, enquanto seu veículo saía da vila de Katul, disse Zephaniah Bature, e mataram outros quatro cristãos que estavam com eles, informou a CBN.
Segundo o Grupo Parlamentar de Todos os Partidos do Reino Unido para a Liberdade ou Crença Internacional (APPG), responsável pelo relatório apontando o genocídio em curso na Nigéria, membros da etnia Fulani estão assumindo métodos semelhantes aos do grupo Boko Haram.
“Eles adotam uma estratégia comparável ao Boko Haram e à Província do Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP) e demonstram uma clara intenção de atingir os cristãos e símbolos poderosos de identidade cristã”, descreve o documento.