O reencontro do presidente Jair Bolsonaro com o pastor Silas Malafaia aconteceu na última semana, após um desentendimento público entre os dois por conta da indicação do ministro Nunes Marques feita pelo mandatário para a vaga do ex-ministro Celso de Mello, no Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro escolheu Kassio Nunes Marques, então desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) e com ligações no passado com políticos do Partido dos Trabalhadores.
Malafaia se queixou publicamente, afirmando que a escolha era um erro e Bolsonaro se defendeu dizendo que o escolhido é conservador e defensor do direito ao porte de armas.
O ruído se estendeu, com Malafaia rendendo ao longo de semanas as críticas, enfatizando principalmente a dubiedade da opinião de Nunes Marques sobre o aborto. Depois que a posse ocorreu, o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) baixou o tom.
Agora, após o reencontro, o líder evangélico que vem atuando como conselheiro de Bolsonaro desde a campanha, disse que a visita feita mostra que ele tem “opinião” própria e que a relação com o presidente continua sólida.
“Eu não sou alienado, sou aliado. Apoio o presidente e discordo dele. Sou tão amigo dele que, mesmo discordando, vim aqui conversar com ele hoje”, comentou Malafaia após a saída do Palácio do Planalto.
De acordo com informações do portal O Antagonista, Malafaia também revelou que Bolsonaro o recebeu para ouvir dele uma avaliação do cenário político registrado nas eleições municipais: “Quem perdeu nessas eleições com força foi PSDB e PT […] O Bolsonaro não saiu enfraquecido. A eleição de prefeito tem nada a ver com a eleição de presidente. Se fosse assim, Bolsonaro não seria eleito em 2018. Nós falamos sobre isso com o presidente”, declarou.