O protesto na Avenida Paulista contra o ministro Alexandre de Moraes por conta da morte do manifestante Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão, que teve um pedido da Procuradoria Geral da República para revogação de sua prisão reuniu dezenas de milhares de manifestantes, incluindo parlamentares.
Clezão foi um dos detidos nas manifestações de 8 de janeiro nas dependência do Senado, mas em setembro último a PGR solicitou sua soltura por identificar risco de morte em decorrência de problemas de saúde. Ele sofreu um mal súbito durante um banho de sol no Complexo Penitenciário da Papuda e não resistiu.
Ontem, 26 de novembro, dezenas de milhares de manifestantes se reuniram na Paulista para protestar contra o ministro Alexandre de Moraes, que havia decretado a prisão de Clezão, e ignorou o parecer da PGR.
O movimento tenta pressionar o Senado a abrir uma investigação contra Moraes, o que poderia levar a seu impeachment como ministro do STF. O pastor Silas Malafaia participou do protesto, e reiterou suas críticas constantes a ele:
“Aqui é o início de uma caminhada. Eu já disse, nos vídeos que eu tenho feito, questionando Alexandre de Moraes: pode mandar me prender. Eu não tenho medo de ditador”, afirmou.
Malafaia aproveitou a ocasião para rebater a acusação de terrorismo contra Clezão e os demais presos nas manifestações do 8 de janeiro: “Terrorista é o Hamas, que a esquerda apoia contra o Estado democrático e soberano que é Israel. Isso é terrorista. Degolar crianças, matar mulheres, estuprar”, desabafou.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que “a única coisa que põe medo na classe política é o povo na rua”, e que a presença dos manifestantes nas ruas mostra que no Brasil há “homens e mulheres de coragem que não têm medo da tirania jurídica”.
“A esquerda faz falsos heróis, mas o Cleriston é um herói de verdade”, acrescentou Nikolas Ferreira em entrevista à Revista Oeste. Além dele, participaram da manifestação os deputados federais Paulo Bilynskyj (PL-SP), Marcel Van Hattem (NOVO-RS), Gustavo Gayer (PL-GO), Bia Kicis (PL-DF), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e o senador Magno Malta (PL-ES).