O sacrifício de crianças em Uganda, na África, continua sendo uma realidade macabra no país. Apesar de combatida pelas autoridades, ainda há muita crença local nas promessas de espíritos malignos envolvendo a morte de menores, como um menino que foi morto em um ritual de bruxaria e teve o seu caso noticiado só agora.
O relato foi do pai do menino, Sulaiman Pulisi, um ex-imã que se tornou cristão três anos atrás. Segundo ele, o seu filho de 11 anos chamado Abdulmajidu e a sua filha de 13 foram sequestrados na Aldeia Kachiribong, cidade de Kasasira, em 2018.
Os policiais saíram em busca dos menores e acabaram encontrando a filha mais velha de Sulaiman na casa de um feiticeiro xamã muçulmano chamado Isifu Abdullah em 16 de setembro.
Segundo informações do Morning Star News (MSN), o pai das crianças teria encontrado apenas a sua filha, supondo então que Abdulmajidu foi sacrificado. “Estamos de luto por nosso filho que supostamente foi sacrificado. Estamos de luto com minha filha, que foi estuprada, usada como objeto sexual pelo xamã muçulmano”, disse o homem.
Segundo um informante da agência MSN, às duas crianças foram sequestradas por uma muçulmana radical pelo fato de serem cristãs, como uma espécie de represália pela conversão de Sulaiman Pulisi, que era um líder islâmico até se converter ao cristianismo.
“Uma mulher muçulmana radical chamada Sania Muhammad [de Kasasira, no leste de Uganda] que tinha ligações com homens muçulmanos costumava procurar filhos de convertidos do islamismo e vendê-los a este feiticeiro muçulmano em particular”, disse Joseph Sodo.
Esse não é o único caso envolvendo possível sacrifício de crianças em Uganda. O pastor Peter Sewakiryanga, diretor do ‘Kyampisi Childcare Ministries’, um ministério que combate esse tipo de crime no país, já colaborou com autoridades locais na investigação e prisão de feiticeiros que fazem essas práticas.
“Quando pegam a criança, na maioria das vezes cortam o pescoço, tiram o sangue, tiram o tecido, cortam os órgãos genitais ou qualquer outro órgão do corpo que eles desejam que os espíritos queiram”, disse ele.
Quem busca a morte de crianças como sacrifício-ritual acredita que tais práticas podem trazer benefícios financeiros. Falando sobre os feiticeiros, o pastor disse que “quando eles veem que este está interessado em dinheiro, está interessado em riquezas e é tão ganancioso, eles vão em frente e pedem o impossível”.
“O problema está aumentando e muitas crianças são mortas, e são muito poucas que realmente sobrevivem, a maioria delas morre”, ressaltou o pastor, segundo o Dateline.