A Nigéria é um país em guerra civil não declarada. A nação africana possui uma divisão populacional em que metade é cristã, e metade é muçulmana. E os fiéis extremistas da última, impulsionados por grupos como o Boko Haram (aliado do Estado Islâmico), têm massacrado os seguidores de Jesus Cristo.
O caso mais recente foi protagonizado por muçulmanos da etnia fulani, que fica no nordeste da Nigéria. Aliados aos extremistas do Boko Haram, os seguidores de Maomé nessa tribo executaram 100 cristãos do estado de Adamawa.
O conflito começou após uma mulher cristã grávida da região de Numan ter sido estuprada e assassinada em sua fazenda pelos fulani, que também mataram seu marido e irmão quando estes tentaram intervir na situação.
Os moradores de Numan, indignados, organizaram uma milícia para contra-atacar os fulani, mas terminaram por cair em uma emboscada, que culminou com o ataque a diversas aldeias no sul do estado, além de um bombardeio aéreo que destruiu um templo da Igreja Luterana, segundo testemunhas.
Esse relato, porém, levantou a suspeita de que os fulani tenham obtido apoio militar clandestino, o que gerou questionamentos ao governo do país, que é conduzido por um muçulmano. Em resposta, os militares nigerianos afirmaram que usaram aeronaves para responder ao ataque dos fulani.
Stephen Mamza, presidente de uma associação cristã local, afirmou que o número de mortos pode aumentar, visto que há muitos desparecidos, segundo informações do portal The Christian Post.
Violência
Os fulani se tornaram personagens do terrorismo na Nigéria com maior intensidade a partir de 2001. Um levantamento aponta que nos últimos dezesseis anos, os extremistas muçulmanos da etnia tenham assassinado mais de 60 mil cristãos, uma média de 3.750 pessoas por ano.
Em outubro, os fulani assassinaram 48 cristãos em vários ataques perpetrados durante um período de nove dias no estado de Platô. O reverendo Andrew Okebe, coordenador regional da Associação Cristã da Nigéria, no distrito de Miango, explicou o episódio: “Os soldados disseram às mulheres e crianças que se escondessem na escola primária durante a noite, enquanto os homens da aldeia constituíram um grupo de vigilantes e se juntaram aos soldados para patrulhar a área. Infelizmente, a milícia desceu e os soldados fugiram, deixando os aldeões indefesos serem massacrados pelos terroristas”, relembrou.
A entidade Internacional Christian Concern (ICC) afirmou na ocasião que a “ferocidade e número de ataques neste curto período causaram grandes problemas para os cidadãos sitiados”, e acrescentou que “o fato de que há uma força militar estacionada na área, que foi completamente ineficaz, levanta ainda mais motivo de preocupação”.