A Organização das Nações Unidas (ONU) votou uma resolução proposta com o intuito de proteger nascituros e também a “família formada por marido e mulher”, e a orientação do governo brasileiro para seu representante foi de votar contra.
A proposta foi feita pelo Vaticano, que é um Estado membro da ONU, e tinha como motivação a proteção do núcleo social que dá sustentação à sociedade como um todo. Os nascituros são os bebês ainda em gestação, e essa proposta era também uma oposição à legalização do aborto em diversos países.
O encontro dos países membros foi chamado de Revisão Periódica Universal do Conselho de Direitos Humanos da ONU, de acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo. Ao final, a proposta de “proteger a família natural e o casamento, formado por marido e mulher, como a unidade fundamental da sociedade, e também os nascituros” foi rejeitada pelos países.
Surpreendentemente, em 2012 – ano da última revisão – o Brasil votou a favor da mesma resolução proposta pelo Vaticano na ocasião. À época, o governo brasileiro era liderado por Dilma Rousseff (PT).
O coordenador da ONG Conectas, Caio Borges, declarou que a rejeição da proposta mostra que o governo brasileiro – e a ONU – estão alinhados com a agenda LGBT.
“É positivo que o Brasil tenha rejeitado recomendação claramente discriminatória do Vaticano contra as populações LGBT e contra as mulheres. Com essa proposta, o Vaticano pretendia barrar o casamento igualitário e o direito ao aborto mesmo nos casos já previstos por lei”, analisou.
“Por outro lado, o governo brasileiro não tem demonstrado empenho em barrar propostas legislativas como o Estatuto da Família e do Nascituro, que contrariam sua posição perante a comunidade internacional”, queixou-se o ativista gay.