O papa Francisco, há alguns anos, fez um gesto simbólico de acolhimento, por parte da Igreja Católica, aos homossexuais, para que estes não se sentissem excluídos da comunidade diante da postura cristã de repúdio à prática. Logo, esse gesto foi entendido pela mídia como uma aceitação da denominação romana à homossexualidade.
Agora, em resposta, o Vaticano publicou um decreto reiterando seu repúdio ao “que se conhece como cultura gay”, e frisou que não pode permitir a presença de homossexuais entre seus sacerdotes.
De acordo com informações do jornal O Globo, o decreto reafirma que um sacerdote católico precisa cumprir a abstinência sexual e não ser homossexual. “A Igreja, respeitando as pessoas envolvidas, não pode admitir no seminário e nem nas ordens sagradas os que praticam a homossexualidade, apresentem tendências homossexuais profundamente enraizadas ou apoiem o que se conhece como cultura gay”, destaca o documento.
A publicação do decreto foi feita pelo L’Osservatore Romano, diário oficial do Vaticano. O novo documento tem um viés de “manual prático”, e foi aprovado pelo papa Francisco. O último decreto do Vaticano sobre o assunto havia sido emitido há 46 anos.
Uma ponderação é apresentada no documento, que abre exceção para os homens no seminário com “tendências homossexuais que sejam unicamente a expressão de um problema transitório como, por exemplo, uma adolescência ainda não terminada”.
Para o Vaticano, seria “gravemente imprudente admitir o sacramento a um seminarista que não haja atingido uma afetividade madura, serena e livre, casta e fiel ao celibato”, acrescentando que os futuros padres necessitam de conhecimento da “realidade feminina, tão presente nas paróquias e em muitos contextos eclesiais”.
Pedofilia
O novo decreto se posiciona sobre a questão dos abusos sexuais cometidos por padres e bispos, e afirma que a “proteção dos menores” é algo com o qual a Igreja precisa se comprometer.
O programa de formação inicial de sacerdotes conterá lições, seminários ou cursos “dando ênfase nas áreas de possível exploração ou violência, como, por exemplo, o tráfico de crianças, o trabalho infantil e o abuso sexual”.