O Partido Comunista Chinês (PCC) vem intensificando o sufocamento da liberdade religiosa de cristãos num ritmo alucinante, e a mais nova interferência envolve a proibição a igrejas de produzirem materiais de estudos teológicos.
Recentemente, casos de proibição da leitura da Bíblia Sagrada já haviam sido reportados pelo portal de defesa da liberdade religiosa Bitter Winter. Em outro episódio, o governo comunista exigiu louvor ao presidente do país, Xi Jinping, como requisito para reabertura de templos após a pandemia de Covid-19.
Em julho, funcionários do governo em Zhanggong, Ganzhou, vistoriaram livros, jornais e literatura impressa que eram usados por uma igreja local e definiram que apenas exemplares da Bíblia que tenham sido publicadas pelos dois conselhos cristãos chineses, controlados pelo Estado, eram permitidos.
Além disso, o Bitter Winter denuncia que todos os materiais de estudos cristãos estão sendo alvo de uma campanha restritiva, já que antes de serem impressos, precisam de permissão de instituições específicas responsáveis por publicações religiosas e a distribuição é limitada a um determinado número de pessoas.
A igreja em Zhanggong foi ameaçada de fechamento pelos funcionários do governo caso quaisquer outras publicações, mesmo livros de lições de casa para crianças, fossem encontradas no templo. “É ilegal o que eles estão fazendo, mas na verdade, eles podem fazer o que quiserem porque a China é a terra do Partido Comunista”, desabafou um membro da igreja.
Uma fonte do Bureau de Assuntos Religiosos declarou que “mesmo os materiais impressos para uso pessoal são eliminados”: “Os oficiais consideram ilegal até a impressão de Bíblias não oficiais baixadas da Internet”, contou.
Assim como todas as demais medidas persecutórias empreendidas pelo PCC contra cristãos, essa é mais uma iniciativa de opressão que o regime comunista impõe sobre os seguidores de Jesus Cristo no país.
Muitas igrejas, por exemplo, têm sido demolidas ou obrigadas a remover do teto as cruzes que identificam os prédios como uma igreja cristã. Ao todo, quase 250 cruzes foram removidas dos templos em apenas uma província no início deste ano.
“Apoiamos o Estado e cumprimos seus regulamentos. Podemos ter um diálogo com o governo se ele achar que fizemos algo errado, mas eles não podem nos perseguir dessa forma. Como as cruzes estão sendo removidas em todo o país, aqueles que se recusarem a cooperar serão acusados de se opor ao Partido Comunista. Somos pressionados a desistir de nossa fé, mas vamos perseverar”, comentou um cristão a respeito do cenário de sufocamento que os fiéis enfrentam no país.