O fundador e líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, apóstolo Valdemiro Santiago, teve o seu passaporte diplomático concedido na semana passada suspenso pela Justiça Federal, em São Paulo.
A decisão foi publicada na última quarta-feira (14), sentenciada pelo juiz Hong Kou Hen, da 8ª Vara Cível, após uma ação movida pelo advogado Ricardo Nacle.
O juiz determinou a suspensão e recolhimento do passaporte diplomático não apenas de Valdemiro Santiago, mas também da sua mulher, a bispa Franciléia.
A concessão feita pelo governo foi publicada dia 9, no “Diário Oficial da União”, justificando que “ao portar passaporte diplomático, seu titular poderá desempenhar de maneira mais eficiente suas atividades em prol das comunidades brasileiras no exterior”, informou o G1.
Esse tipo de passaporte também já foi concedido pelo ex-governo de Dilma Rousseff, em 2016, igualmente para Valdemiro Santiago e a sua esposa. Na ocasião, o documento também foi suspenso pela Justiça Federal em São Paulo.
Outros líderes religiosos, como o bispo Edir Macedo e o Missionário R.R Soares, também possuem passaporte diplomático, que em dada ocasião também enfrentaram bloqueios pela justiça.
O juiz Vigdor Teitel, da 11ª Vara Federal do Rio de Janeiro, por exemplo, afirmou em abril desse ano que a atividade do líder da Igreja Universal do Reino de Deus no exterior não significa “interesse do país”, ao justificar a sua suspensão.
“Há risco de dano à moralidade no uso do passaporte diplomático, sem a inequívoca demonstração de interesse público que o justifique”, afirmou o magistrado.
O ministro de Relações Exteriores do Brasil, no entanto, Ernesto Araújo, assinou uma portaria justificando a concessão do passaporte especial, devido ao grande número de viagens internacionais feitas por esses líderes religiosos, a fim de atender os interesses da comunidade brasileira presente nas filiais das igrejas em outros países.
“Os requerentes exercem atividade continuada de relevante interesse para o Brasil, que exige numerosas viagens ao exterior e justifica a emissão de passaportes diplomático em seu nome”, afirmou a assessoria de imprensa do Itamaraty na ocasião.
O passaporte diplomático agiliza o embarque e desembarque do seu portador nos países que possuem relações diplomáticas com o Brasil, evitando filas, por exemplo, e em alguns casos concedendo isenção de visto de curta duração.