Cristãos no Quênia vêm enfrentando aguda perseguição por parte de muçulmanos, e na última segunda-feira, 09 de dezembro, nove fiéis foram mortos enquanto viajavam de ônibus entre duas cidades do país.
O incidente foi registrado na cidade de Kotulo, um local que faz parte do percurso da viagem que os cristãos faziam entre Nairóbi, capital do Quênia, e Mandera. Quando o ônibus foi parado, os extremistas muçulmanos pediram que os passageiros recitassem a Shahadah, uma declaração de fé islâmica. Como os cristãos não obedeceram, foram retirados do ônibus e assassinatos a tiros.
A informação foi confirmada por um policial à organização International Christian Concern (ICC), que monitora a perseguição religiosa a cristãos ao redor do mundo. “Os passageiros do ônibus pertencente à Medina Bus Company, viajando entre Wajir e Mandera, foi atacado por uma gangue criminosa por volta das 17h30. O ataque aconteceu na área Maadathe, a cinco quilômetros de Kotulo. Acredita-se que vidas foram perdidas”, disse o policial, que pediu anonimato.
Os extremistas agiram de forma planejada e separaram os passageiros em grupos, certificando-se de que não executassem moradores da cidade, disse o policial. Os nove passageiros cristãos foram executados sumariamente pelos militantes, que podem estar ligados ao grupo terrorista Al-Shabaab.
Além dos mortos, há dois passageiros desaparecidos, que as autoridades locais ainda não confirmam, mas desconfia-se que também estejam mortos. “É extremamente triste e humanamente preocupante saber que, mais uma vez, eles segregaram moradores de não-moradores antes de matar aqueles que acreditavam ser não-moradores”, lamentou o governador de Mandera, Ibrahim Ali Roba.
Os casos de execução por perseguição religiosa se tornaram comuns no Quênia nos últimos anos, devido à escalada do extremismo islâmico no continente africano. Em 2018, dois homens foram assassinados pelo mesmo motivo: recusaram a recitar a declaração de fé do islamismo. Antes, em 2015, 148 estudantes foram mortos em uma universidade; em 2014, 28 professores que viajavam para celebrar o Natal foram mortos depois de serem forçados a recitar a declaração islâmica de fé.
Nathan Johnson, gerente regional da ICC na África, comentou a situação: “Oramos pelas famílias dos falecidos e para que a paz chegue a uma região que tem visto o aumento da violência contra os cristãos, que estão apenas tentando sobreviver. Esperamos que o governo tome medidas eficazes para parar a matança sem sentido de tantos cristãos no Quênia nas mãos de extremistas islâmicos como o Al-Shabaab. Louvamos a Deus como refúgio e torre forte que Ele é para os nossos irmãos perseguidos e irmãs em Cristo, que continuam suportando tanto [sofrimento]”.