A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, vem enfrentando uma verdadeira onda de reações bizarras contra o seu nome, depois de denunciar casos chocantes de pedofilia durante um culto na Igreja Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiás, no último dia 08.
Após ser alvo de uma ação do grupo Prerrogativas, composto por advogados e juristas apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a pastora agora é alvo de um abaixo-assinado que pede a cassação do seu mandato como senadora da República, antes mesmo da sua posse.
Damares foi eleita senadora pelo Distrito Federal no último dia 02, com 700 mil votos. No domingo seguinte, na presença da primeira-dama Michelle Bolsonaro, ela afirmou que há casos de pedofilia no Brasil onde crianças “com quatro anos, três anos, que quando cruzam as fronteiras sequestradas os seus dentinhos são arrancados para elas não morderem na hora do sexo oral.”
Curiosamente, em vez de provocar uma reação de indignação e desejo por investigação dos casos relatados, no sentido de se priorizar o combate à exploração infantil antes de quaisquer interesses políticos, críticos da ex-ministra passaram a reagir contra a sua candidatura e a sua pessoa, em si.
Caio Fábio endossa
Uma das reações foi a criação de um abaixo-assinado que pede a cassação do mantado de Damares Alves, antes mesmo da ex-ministra tomar posse como senadora, em janeiro de 2023. Até o fechamento dessa matéria, o documento contava com 235 mil assinaturas e teve o apoio do pastor Caio Fábio.
O líder religioso compartilhou o link do abaixo-assinado contra Damares Alves, seguindo a mesma postura de outros famosos, como atrizes e até a apresentadora Xuxa Meneghel.
O documento apresenta como argumento contra a ex-ministra o fato de que “ou ela prevaricou como ministra de direitos humanos ou está mentindo aos eleitores, ambos fatos gravíssimos que merecem cassação imediata”.
Prevaricação é quando o agente público, ciente de um fato que deve ser denunciado e combatido, deixa de agir. Ocorre que a própria ex-ministra indica em seu relato que os casos de exploração denunciados por ela vieram à tona justamente como resultado de uma ação de combate à pedofilia.
“Bolsonaro disse ‘nós vamos atrás de todas elas [das crianças]’ e o inferno se levantou contra este homem”, disse Damares. “Nós descobrimos que um vídeo de estupro de crianças custa entre R$ 50 e R$ 100 mil. Tem um crime organizado envolvido nisso”, relatou.
“Tem sangue, tem morte, tem sacrifício. E Bolsonaro se levantou contra todas essas potestades. A gente, agora como Igreja, tem uma decisão para tomar. A gente vai continuar essa luta e tirar essas crianças da mão de Moloque, ou nós vamos entregar essa nação?”, questionou a senadora.