A demora do senador Davi Alcolumbre em agendar a sabatina de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) está evidenciando a torcida contrária ao pastor por parte da imprensa, avalia um sociólogo atuante nos bastidores da política.
Integrantes da bancada evangélica têm pressionado o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) a agendar a sabatina para a vaga aberta no STF. O deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), líder do grupo, afirma que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça “não tem como mais protelar” essa etapa do processo.
“Tenho certeza de que o senador Davi Alcolumbre é inteligente e sabe o momento certo de fazer as suas ponderações. É óbvio que ele tem seus motivos, mas não tem mais como protelar esse episódio, simplesmente por se tratar de um indicado evangélico. Acredito que não exista isso no coração do senador Alcolumbre”, comentou Cezinha.
A expectativa do deputado ligado à Assembleia de Deus Ministério de Madureira é que o agendamento da sabatina ocorra nos próximos dias: “O indicado do presidente está fazendo o seu trabalho. Eu avalio que, quanto mais o tempo passa, isso só beneficia o indicado na construção dos votos que precisará para chegar ao STF”, disse, em entrevista ao O Antagonista.
Torcida contra
Veículos de imprensa têm tratado a manobra do presidente da CCJ como uma estratégia para derrotar o presidente Jair Bolsonaro.
Recentemente, a Folha de S. Paulo veiculou matéria garantindo que o senador amapaense só pautaria a indicação quando tivesse certeza da derrota de André Mendonça.
Ao GospelMais, o sociólogo Thiago Cortês avaliou que a demora se deve a interesses não assumidos publicamente: “O senador Davi Alcolumbre está segurando a sabatina de André Mendonça para a vaga do STF por tempo demais. Tudo indica que há motivação política e uma clara intenção de agradar aos atuais ministros da Corte, que têm sido criticados pelo presidente Bolsonaro”.
Para Cortês, embora não haja subsídios para acusar Alcolumbre de preconceito contra evangélicos, o mesmo não pode se dizer da imprensa: “Não creio que o fato de que André Mendonça seja evangélico esteja atrapalhando sua sabatina no Senado, mas é indisfarçável a torcida de jornalistas e formadores de opinião e para que ele seja negado por conta da sua fé cristã. Isso, é claro, é preconceito”.