Responsável pela fundação de uma das maiores igrejas evangélicas da China, a Early Rain, na cidade de Chengdu, o pastor Wang Yi foi condenado em dezembro passado a nove anos de prisão por, supostamente, “subverter a ordem do Estado”.
Mas agora o líder religioso conta com um importante aliado: Donald Trump. O governo dos Estados Unidos se manifestou em defesa do pastor Wang, pedindo a “libertação imediata e incondicional” do líder religioso através da sua porta-voz, Morgan Ortagus.
“Estamos alarmados que o pastor Wang Yi tenha sido julgado em segredo e condenado a nove anos de prisão por sua defesa pacífica da liberdade religiosa. Pedimos sua libertação imediata e incondicional”, disse ela em um comunicado do Departamento de Estado dos EUA.
A prisão do pastor Wang é parte de uma reação do Partido Comunista Chinês, liderado por Xi Jinping, de tentar conter o avanço do cristianismo no país, especialmente dos evangélicos que já somam 60 milhões de pessoas.
Em novembro, o governo chinês também condenou outro líder da igreja, Qin Defu, a quatro anos de prisão por acusação de operações comerciais ilegais. Tais acusações geralmente envolvem a importação de bíblias e materiais evangelísticos.
O governo utiliza tais acusações para restringir a liberdade de atuação das igrejas consideradas “clandestinas”, ou seja, que não se registraram junto ao Estado para se submeterem às suas regras, tais como à adequação dos cultos e pregações aos ideais da ideologia comunista.
“O governo está preocupado com o desenvolvimento dessas igrejas”, disse Ying Fuk-tsang, diretor da Divinity School da Universidade Chinesa de Hong Kong, segundo o New York Times. “Eles acham que há muitos [evangélicos] e estão indo contra os maiores para resolver o problema dessa maneira.”
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, reconhece este cenário de perseguição religiosa aos cristãos na China, em especial aos pastores. Ele publicou uma mensagem em sua rede social reiterando o pedido do governo americano pela libertação de Wang.
“Pequim deve libertá-lo e acabar com a intensificação da repressão contra cristãos e membros de todos os outros grupos religiosos”, escreveu Pompeo.
Em uma publicação feita pela igreja liderada pelo pastor, Wang afirma que não se declarará culpado das acusações injustas da China. Em vez disso, esperará que Deus faça a sua própria justiça.
“Eu vou ser executado, mas não vou me declarar culpado”, disse ele. “Aqueles que me prendem um dia serão presos por anjos. Aqueles que me interrogam serão finalmente questionados e julgados por Cristo.”.