A decisão da Igreja Universal em reduzir o investimento na locação de horários em emissoras de TV aberta, como Band, Gazeta e RedeTV!, estaria causando instabilidade financeira nesses canais e preocupando funcionários.
O corte nos investimentos já havia sido decidido em 2018, e varia entre 30% e 50% nos valores aportados aos canais de TV onde a denominação do bispo Edir Macedo mantém programas.
“Emissoras menores que passaram os últimos anos no ‘azul’, ou pelo menos operacionais graças aos milhões arrecadados com a venda de horas de programação para a Igreja Universal estão em apuros, segundo esta coluna apurou junto ao mercado”, escreveu o jornalista Ricardo Feltrin, do portal Uol.
Segundo o especialista, a TV Gazeta é a que vive situação mais delicada, pois perdeu aproximadamente 50% da verba que a Universal aportava mensalmente. Agora, a denominação ainda aluga horários na emissora, mas em escala muito menor.
“A estimativa do corte é de R$ 120 milhões (ou mais). Além dessas TVs, a igreja fundada por Edir Macedo tem horários na Band, e na RedeTV!, mas as duas viram as receitas desabarem este ano. A Gazeta está promovendo demissões em massa desde a semana passada”, acrescentou Feltrin.
Curiosamente, essa postura da Universal contradiz uma previsão feita pelo próprio Feltrin em 2014, que indicava que a denominação deixaria de veicular programas na Record TV (emissora de propriedade de Edir Macedo) e transferiria todo o investimento nos demais canais.
Ainda sobre o atual momento, Feltrin informou que a Band, principal emissora da família Saad, “enfrenta um péssimo momento”, já que vem convivendo com baixa nas arrecadações ao longo dos últimos anos, e agora, “com o corte de mais de 35% de espaços (e consequentemente redução de pagamentos), a emissora está sendo obrigada a reprisar programas diurnos durante a madrugada (como forma de preencher espaço)”.
“A RedeTV! é outra prejudicada: em julho do ano passado, por exemplo ela tinha semanalmente cerca de 79h10min em sua programação só com igrejas. Neste ano essa média já caiu para 57h45 — uma redução de quase 30% nas milagrosas verbas religiosas (com trocadilho)”, zombou o jornalista.
Aparentemente, a Igreja Universal manterá o Canal 21 (do Grupo Bandeirantes) arrendado, nos mesmos moldes atuais.