Flordelis (PSD) ainda não se posicionou oficialmente sobre a acusação de ter mandado matar o marido, pastor Anderson do Carmo, mas um áudio enviado por ela a membros da igreja fundada pelo casal vazou e mostra um pedido de oração para vencer a “batalha”.
Na última terça-feira, 25 de agosto, após o Ministério Público te-la acusado oficialmente de ser a mandante do assassinato do pastor, Flordelis enviou um áudio para os fiéis da Comunidade Evangélica Cidade do Fogo (antigo Ministério Flordelis) e os convocou para um culto que foi realizado na filial de Piratininga, em Niterói (RJ).
O jornal Extra publicou o áudio enviado pela deputada federal, que inclui uma afirmação de Flordelis a respeito do “pastor Carlos”, outro de seus filhos adotivos, preso na última segunda-feira sob a acusação do Ministério Público de estar envolvido no crime que ceifou a vida de Anderson do Carmo.
Aos fiéis, Flordelis diz que é hora da “igreja unir forças e clamar”: “Nada é permanente. Tudo vai passar. Já já tudo vai ser esclarecido. Vocês vão acompanhar aí todos os esclarecimentos. Pastor Carlos não tem nada a ver com nada, tá bom? É mais uma covardia, é mais um teatro desse povo. Mas nós vamos vencer essa batalha na oração. Ninguém dê resposta nas redes sociais. Não vamos brigar. Essa briga não é nossa. Essa briga é de Deus”, diz a deputada federal e cantora neopentecostal.
No mesmo áudio, Flordelis diz que o pastor Gerson Conceição Oliveira, seu filho afetivo, também estará presente no culto. Ele é mais um que está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) por suspeita de participação no assassinato.
Desde que cinco de seus filhos e uma neta foram presos, Flordelis não fez qualquer comentário a respeito do assunto, e no áudio, a deputada federal se manteve em silêncio a respeito do tema. A operação da Polícia Civil foi batizada de Lucas 12, em referência a um sermão de Jesus em que Ele alerta que “não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.
Como goza de imunidade parlamentar, ela não teve sua prisão decretada já que não há flagrante, mas o MP a denunciou por cinco crimes: homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso, além de tentativa de homicídio, por conta do envenenamento.
A defesa de Flordelis se manifestou brevemente e declarou que a parlamentar é inocente, referindo-se à investigação como contraditória e espetaculosa: “Essa investigação está equivocada. A deputada não pode ser responsabilizada por um ato de terceiro, seja filho ou neto. Assim como na [Operação] Lava Jato, eles estão pegando várias pessoas para que ambas se acusem. Volto a dizer: a deputada está chateada, e eu garanto que ela não tem envolvimento com a morte do pastor. A deputada tem com ela a inocência, e tudo isso será esclarecido. Ela é inocente e jamais mandaria [matar Anderson]. Ela não tinha ingerência no dinheiro e desprovinha de interesses financeiros”, afirmou Anderson Rollemberg, conforme informações do Estadão.