Estamos irremediavelmente sujeitos às más notícias e às boas notícias. Alguns de nós só abrimos os ouvidos às más notícias. Outros, só às boas notícias. Mas é preciso ouvir os dois lados.
É má notícia saber que a guerra do Iraque está sendo considerada “o maior desastre político-militar das últimas décadas”, com a morte de 70 mil civis iraquianos e com a existência de 4 milhões de refugiados iraquianos (15% da população). É boa notícia a iniciativa britânica de levar a cabo “a criação da maior coalizão de consciências para promover a maior das coisas”, que seria uma investida séria contra a pobreza mundial.
É uma triste notícia saber que em 2005, em São Paulo, 105 mil bebês foram gerados por adolescentes e jovens de até 19 anos. É boa notícia não encontrar nenhuma zombaria na coluna Sexo & Saúde da Folhateen de 30 de julho de 2007, assinada pelo médico Jairo Bouer, a propósito da consulta daquele jovem de 20 anos que, por convicções religiosas, queria saber como superar o desejo sexual e permanecer casto até o casamento.
É uma triste notícia saber que a Playboy do Brasil, empresa recentemente formada entre a Globo e a argentina Claxson, vai lançar, ainda este ano, cinco novos canais eróticos. É boa notícia ter certeza de que há milhares de pessoas tementes a Deus que jamais abriram canais como esses nem deixaram entrar em suas mentes o que eles mostram.
É uma triste notícia saber que o grande sonho do conhecido cientista britânico Richard Dawkins é “a completa destruição de todas as religiões do mundo”. É boa notícia saber que outro conhecido cientista britânico, Sir Ghillean Tolmie Prance, acaba de fazer uma palestra sobre Cristianismo e a defesa da biodiversidade no encontro anual dos cientistas ligados à associação Christians in Science, em Edimburgo, na Escócia.
É boa notícia ouvir a terapeuta existencial Dulce Critelli confessar que “o que deveria nos engrandecer [os avanços da tecnologia] é o que nos põe em perigo e nos ameaça”. Ou ouvir Jô Hallack confessar que, após alguns pequenos momentos de euforia, somos tomados outra vez pelo “desespero colossal diário da vida”. Ambas as confissões mostram que o profundo anseio da alma humana é mesmo aquele que o salmista descreve: “Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus” (Sl 42.1).
A pior de todas as notícias foi dada por Paulo: “Por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte” (Rm 5.12). E a melhor foi dada por João Batista: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
A começar por “Cartas”, e até “Ponto final”, de Rubem Amorese, o leitor da 308ª edição de Ultimato vai encontrar más notícias e boas notícias. Que esta edição possa ajudá-lo a aprender a lidar com ambas.