Operações realizadas pela Prefeitura de São Paulo para fechar hotéis e casas noturnas considerados irregulares não surtiram os efeitos anunciados e, no máximo, enredaram os proprietários a novos processos administrativos e judiciais.
Descoberto em setembro de 2007, o motel que funciona em cima de uma igreja evangélica na Avenida Cupecê, Zona Sul de São Paulo, continua em pleno funcionamento seis meses depois. O mesmo ocorre com boates e saunas fechados em dezembro pelos fiscais da Subprefeitura da Sé.
Na época em que o hotel sobre a igreja evangélica foi descoberto, a Polícia Civil e a Prefeitura de São Paulo decidiram agir. Quatro pessoas foram presas e um inquérito acabou aberto para apurar favorecimento à prostituição no estabelecimento do andar de cima. Meio ano depois, a investigação resultou em um processo que tramita no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste.
Presente à blitz no motel, o subprefeito de Cidade Ademar, Beto Mendes, disse na época que se o dono não apresentasse alvará de funcionamento em cinco dias, o estabelecimento seria fechado.
Na sexta-feira (29), uma funcionária do hotel disse ao G1 por telefone que a casa nunca fechou e que cobra entre R$ 25 e R$ 40 pelo pernoite. Na quinta-feira à noite, os dois estabelecimentos funcionavam plenamente. A Subprefeitura não conseguiu reunir informações na sexta-feira (29) sobre a situação administrativa do motel.
Em 12 de dezembro de 2007, a Polícia Civil e a Subprefeitura da Sé fecharam três estabelecimentos na Rua Augusta com ampla cobertura da mídia. Na sexta-feira (29), a reportagem do G1 constatou que todos estão trabalhando normalmente. A boate do número 83 foi fechada porque não tinha licença de funcionamento e agora, de acordo com a subprefeitura, funciona à base de liminares judiciais.
O mesmo ocorre com a sauna que fica no número 783. O dono do estabelecimento interditado por falta de segurança foi no dia seguinte à subprefeitura e apresentou um auto de desinterdição para realizar as obras exigidas pelos fiscais e continuou com o expediente apesar de não ter alvará de funcionamento. Para fechar de novo a casa, a prefeitura precisa esperar o cumprimento dos prazos previstos em lei.
A boate que fica vizinha à sauna estava em reforma no dia em que os fiscais apareceram pela primeira vez, mas o dono recebeu intimação para apresentar a documentação do estabelecimento. Somente na próxima blitz – que ainda não tem data marcada – a prefeitura vai confrontar os documentos com a lei. Até lá, a boate continua funcionando.
Fonte: Gazeta Online