ARGÉLIA – Um cristão da Argélia acaba de receber uma sentença de suspensão de dois anos por “proselitismo”, depois de dar uma Bíblia de presente a um polical disfarçado que se disse interessado no cristianismo e lhe pediu um exemplar.
A pena faz parte de um movimento de repressão do governo contra congregações protestantes argelinas, de acordo com um líder da igreja local.
Uma corte de Tiaret, a 150 milhas ao sudoeste de Argel, deliberou o veredicto no último dia 2 de abril, disse Mustapha Krim, presidente da Igreja Protestante da Argélia (EPA).
Processos por “proselitismo” violam o Artigo 18 da Declaração de Direitos Humanos das Nações Unidas, que afirma o direito natural de manifestação pública da fé.
O cristão, que pediu anonimato, pretende apelar da sentença de suspensão de dois anos e da multa de 100 mil dinares (R$3080). Como está suspenso, o homem não irá cumprir seu período na prisão a menos que cometa outro crime.
Policial disfarçado de cristão
De acordo com Mustapha Krim, as autoridades levantaram acusações contra o homem depois que ele relutantemente deu uma Bíblia a um policial disfarçado que se apresentou como alguém interessado no cristianismo e insistiu que precisava do livro sagrado.
A polícia deteve muitos outros cristãos nas últimas semanas, como parte de um esforço para fazer valer regras restritas aprovadas há dois anos para controlar locais de culto não-islâmicos.
Além de restringir a construção de igrejas e os locais de culto, a lei religiosa de 2006 também proibiu tentativas de “abalar a fé de um muçulmano”.
“Se você levar esta lei ao extremo, significa que carregar mais de uma Bíblia é ilegal”, disse uma pessoa que mora na Argélia há tempos e que pediu anonimato.
Fonte: Portas Abertas