Jornalistas, advogados, pastores, familiares e amigos se reuniram na casa de Adel Fawzy Faltas, na cidade do Cairo, para comemorar a absolvição e libertação do líder da Associação Cristã do Oriente Médio (MECA, sigla em inglês) e de um obreiro, na segunda-feira passada, dia 5 de novembro.
Adel, 61anos, e seu colega Peter Ezzat, de 25, foram presos depois de terem sido acusados de insultarem o islã e mancharem a reputação do Egito no exterior (leia mais).
As acusações não foram comprovadas. Adel fez uma entrevista polêmica com um ex-mulçumano dias antes de sua prisão em 8 de agosto.
Adel sorria, usando bermuda e tênis, enquanto era rodeado por pessoas que o cumprimentavam em seu apartamento. Ele parecia não se preocupar com o fato de suas roupas e outros bens pessoais confiscados ainda não terem retornado.
“Sempre fui um homem livre”, disse Adel enquanto tomava um café. “Quando uma pessoa se respeita e também àquilo que faz, é livre”.
Adel relembrou como aproximadamente 30 oficiais da Investigação de Segurança do Estado (SSI, sigla em inglês) e policiais à paisana invadiram sua casa às 2:30 da manhã do dia 8 de agosto.
Momento mais difícil – Segundo ele, a parte mais difícil foi passar as primeiras duas semanas na solitária, uma cela de 1,75m de cumprimento por 0,75 m de largura, sem cadeira.
Finalmente o promotor de justiça Muhammad al-Faisal ordenou que tanto Adel quanto Peter fossem transferidos para uma cela comum com mais 60 homens na prisão Tora, no Cairo. Muitos dos homens tinham sido condenados por assassinato ou tráfico de drogas.
“O promotor era um bom homem”, disse Adel. “Ele proibiu que me mandassem novamente para a solitária, e sempre permitiu que meus advogados se encontrassem comigo”.
De seu escritório no quartel general da SSI em Novo Cairo, o promotor renovou a prisão dos cristãos por cinco vezes durante o período de três meses. Ele nunca disse o motivo para as quatro prisões de 15 dias e a prisão final de 30 dias.
Para Adel, uma das maiores tristezas em sua prisão foi ter perdido o casamento de sua filha, que aconteceu no dia 20 de outubro, no Cairo.
Fonte: Elnet