IRAQUE – Uma delegação da Comissão dos Episcopados da União Européia encontra-se em Bruxelas, para reuniões com alguns representantes da Comissão e do Parlamento europeus, a fim de debater a situação dos refugiados cristãos iraquianos.
Ontem, dia 13, a comissão organizou uma conferência de imprensa, na qual participaram, entre outros, dom François Yakan, vigário do Patriarcado Caldeu na Turquia, e a irmã Marie-Claude Naddaf, superiora da comunidade das Irmãs do Bom Pastor, em Damasco (Síria). Ela, com a ajuda de outras duas irmãs, cuida de cerca de 1500 refugiados iraquianos cristãos e de outras pessoas marginalizadas.
No início do ano, a comissão interpelou a presidência eslovena da União Européia (UE) em relação à situação dos refugiados cristãos no Iraque.
Numa carta enviada a Dragutin Mate, ministro esloveno da administração interna, a comissão manifestou a sua preocupação com o destino de 4,4 milhões de iraquianos que abandonaram o seu país.
Segundo o Alto Comissariado da ONU para os refugiados, estamos diante da maior catástrofe humana no Oriente Médio desde 1948.
Apoio a 60 mil refugiados
Os bispos da UE lembram que os refugiados em situação mais vulnerável são os não-muçulmanos, que procuram apoio em países majoritariamente muçulmanos como a Síria, Jordânia, Líbano ou Turquia.
Para a comissão, há uma situação desumana, que aumenta o risco de “imigração clandestina”. Propõe-se, por isso, que a UE aceite “um contingente de 60 mil refugiados, provenientes das minorias não-muçulmanas do Iraque”.
Dom Adrianus Van Luyn pediu que os governos dos Estados vizinhos do Iraque sejam apoiados política e materialmente no seu esforço de acolhimento do fluxo de refugiados.
Deslocamento de cristãos
Em novembro do ano passado, a comissão lançara um apelo em favor dos refugiados iraquianos, que vivem numa “situação desesperada”, em especial os cristãos.
Sunitas e xiitas procuram, nas áreas que controlam, expulsar os cristãos. Mais de metade dos 1,2 milhões de cristãos presentes no país em 2003 fugiram do Iraque, número que aumenta de forma ainda mais significativa na capital, Bagdá.
Fonte: Portas Abertas