Dia 18 de janeiro completa dois anos do desabamento do teto da Igreja Renascer em Cristo sede localizada na Avenida Lins de Vasconcelos, 1108, Cambuci, bairro histórico de São Paulo. Na ocasião nove pessoas morreram e centenas ficaram feridas.
Segundo informações, até o momento nenhuma das vítimas foi indenizada.
Em setembro do ano passado duas vítimas ganharam o processo indenizatório em segunda instância e receberiam R$10 mil reais cada uma, mas a igreja entrou com recurso que até o momento não foi julgado.
A Renascer já havia recorrido da decisão de primeira instância alegando que sua culpa no incidente não foi comprovada, já que havia contratado profissionais para avaliação da estrutura de sustentação do telhado.
Depois desse incidente os moradores da região se uniram para impedir que outro templo seja erguido no local. A proposta é criar no local uma Praça do Cinema e abrigar o Museu do Cinema do Sr. Antonio Vituzzo, já que, antes de ser templo, o imóvel abrigou durante décadas o Cine Riveira.
“Isso valorizaria o bairro e se transformaria em um espaço turístico”, diz Roberto Casseb, da Associação de Preservação Cambuci e Vila Deodoro (Aclimação). Ele explica que o acervo do Sr. Antonio Vituzzo tem mais de 10 mil peças, sendo o maior Museu particular do mundo.
Reconstrução
Mas para que isso aconteça é necessário que a prefeitura desaproprie o local, pedido já feito pela associação que tem um site na internet pedindo assinaturas de apoio. “Em troca a Prefeitura daria um terreno mais adequado a Renascer para construir sua sede, acabando com os problemas que os cultos causavam aos moradores com o barulho e impacto no trânsito.”, defende Roberto.
Quem frequenta os cultos na nova sede, Renascer Hall, e também quem costuma ouvir a programação da Rede Gospel e da Rádio Gospel FM está acostumado com mensagens sobre a reconstrução do prédio da Lins e até ouve falar em desafios financeiros para a construção do templo. Mas quem mora no Cambuci não acredita na hipótese de voltar a ter cultos no mesmo local.
“Acho difícil a reconstrução da Renascer na Lins. Existe uma resistência grande dos moradores e o desgaste que os líderes da Igreja tiveram nos últimos anos com as acusações de enriquecimento ilícito criam uma dificuldade política também”, confessa Roberto Casseb que também é diretor do jornal do bairro.
A ideia de todos que participam da associação de moradores não é fechar a igreja Renascer, somente que a nova sede seja construída em um local que cause menos transtorno. “O fato dos líderes falarem da Reconstrução é natural para continuarem a arrecadar mais dinheiro e afirmarem sua posição. Acredito que não passa de retórica”, encerra Roberto.
Fonte: Gospel Prime