Segundo IBGE, eles somam 20 milhões no país e 400 mil em Guarulhos
A caça ao voto evangélico é praticada pela maioria dos políticos brasileiros. Os evangélicos na política já não têm a pureza dos pioneiros, mas há quem queira preservar a boa imagem.
Preocupado com a presença de nomes da chamada bancada evangélica em escândalos como os do mensalão e dos sanguessugas, o grupo Cristãos Reformados, que reúne membros de várias congregações, defende fidelidade aos valores pregados por Lutero. “Lamentamos que, assim como o cristianismo do século XVI estava em decadência, as igrejas evangélicas brasileiras padeçam, hoje, de males semelhantes ou até piores,” afirma o manifesto do grupo. Os candidatos, porém, pensam mais na urna do que na Bíblia.
De acordo com o IBGE, o Brasil tem mais de 20 milhões de evangélicos – dos quais 400 mil estão em Guarulhos –, distribuídos entre as Pentecostais (Assembléia de Deus, Congregação Cristã no Brasil), Históricas (Batista, Presbiteriana, Metodista) e as Neo-Pentecostais (Universal do Reino de Deus, da Graça e Renascer).
Para o diretor acadêmico da Faculdade Latino-Americana de Teologia, teólogo Ariovaldo Ramos, o aumento do número de candidatos evangélicos é proporcional ao crescimento dos evangélicos. “O problema é que eles (candidatos) estão numa fase pré-Revolução Francesa, onde o Estado ainda está ligado às ações da igreja. “
Pastor e vereador por São Paulo, o candidato do PDT ao governo do Estado, Carlos Apolinário, ressalta que a fé não é fator determinante na campanha. “Sou evangélico, da Assembléia de Deus, e espero contar com os votos e as orações de todos os meus irmãos”.
As Congregações negam usar qualquer tipo de persuasão. “Na nossa igreja, aconselhamos que prestem atenção nos planos de governo dos candidatos, apesar de termos preferência por evangélicos”, conta o pastor Reginaldo Santos, da Assembléia de Deus de Guarulhos.
Muitos eleitores evangélicos, porém, preferem separar a fé e o voto, como a dona de casa Orodina Basile, 52, de Guarulhos. “Não acredito muito que um político possa ser evangélico. Na política tem muita mentira e Deus é sempre verdadeiro.”
Fonte: Olhão