No dia 17 de agosto, a banda Catedral inicia a mixagem de seu novo CD, Enquanto o Sol Brilhar, no estúdio Mega, no Rio de Janeiro. O disco foi gravado de forma independente e produzido por Kim e Júlio, vocalista e baixista do grupo, respectivamente.
O nome do Catedral circula pelos corredores da Indie Records, que é dona dos estúdios Mega do Rio e de São Paulo. Se a contratação for confirmada, marcará a volta da banda – completada pelo baterista Guilherme – a uma gravadora popular, numa época em que o trio busca novos horizontes musicais.
“Levamos dois anos para fazer um CD de músicas inéditas, mas acertamos. Este é o nosso melhor trabalho na fase popular”, acredita Kim.
Surgido na música evangélica, o Catedral tornou-se conhecido do grande público nos anos 90, quando integrou o cast da Warner Music. Depois que saiu da multinacional e perdeu tragicamente o guitarrista Cezar, morto em acidente de carro, o grupo retornou a uma gravadora gospel, a Line Records, sob os selos Record Music e New Music.
Na Line Records, o Catedral lançou os bem-sucedidos álbuns Acima do Nível do Mar (CD e DVD de ouro) e A Resposta de 1 Desejo (disco de ouro), além do CD Atemporal e o DVD Catedral Videoclipes.
As boas vendagens do grupo, a despeito da pouca divulgação em mídia nos últimos anos, foram um dos fatores que atraíram a atenção da Indie Records.
Outro ponto a favor do trio é que o atual cast da Indie carece de bandas de pop-rock. Após a dispensa de vários artistas, no início de 2006, a gravadora só tem em seus quadros o grupo O Salto, que é formado por ex-integrantes do LS Jack e ainda não possui um nome consolidado no mercado.
Ousar sem perder a essência
O UNIVERSO MUSICAL ouviu em primeira mão as músicas do CD Enquanto o Sol Brilhar, no estúdio carioca Bird Land, onde Kim, Julio e Guilherme fizeram as gravações iniciais.
O novo trabalho traz como novidades a aproximação do Catedral com o punk-rock. Júlio faz rascantes solos de baixo, tocado como se fosse guitarra.
“Tivemos tempo para fazer muitas coisas em casa, o que nos permitiu trabalhar melhor os arranjos”, conta o baixista.
“A maneira de solar do Júlio é parecida com a do Cezar”, acrescenta o vocalista Kim.
Som pesado e letras contestatórias dão o tom das músicas O Botão do Elevador (com uma sutil mensagem religiosa) e O Que Vamos Fazer? (feroz crítica sociopolítica). Já a dançante Viva o Povo Brasileiro adota o caminho da ironia para levantar questionamentos políticos e comportamentais.
O Catedral pop-romântico aparece em As Estrelas do Amanhã, Um E-mail e Enquanto o Sol Brilhar, inspirada em um poema de Mário Quintana. O romantismo também é usado como pano de fundo para Sampa a Dois, homenagem do grupo carioca à capital paulista.
“Produzindo o disco, tivemos a liberdade de ousar, mas sem perder a essência do Catedral”, define Kim, que incluiu no CD uma releitura para Flaming Star, canção que Elvis Presley gravou e foi tema do filme homônimo, de 1960, no qual o Rei do Rock era protagonista.
Em paralelo à finalização de Enquanto o Sol Brilhar, previsto para chegar às em outubro, Kim prepara novo disco solo, que marca seus 15 anos de carreira. O trabalho, produzido pelo cantor em parceria com o irmão Júlio, será gravado ao vivo e lançado nos formatos CD e DVD.
Recentemente, a dupla finalizou o CD As Janelas da Catedral, que traz releituras experimentais para dez canções religiosas gravadas pela banda entre 1988 e 1994.
Júlio, por sua vez, concluiu o livro que escreveu sobre técnicas de contrabaixo. Agora, o músico aguarda o lançamento do CD instrumental que gravou com seu outro irmão, o guitarrista Cezar.
Fonte: Universo Musical