Os cristãos evangélicos vêm ganhando o respeito dos membros do crime organizado nas favelas do Rio de Janeiro e estão entre os poucos que conseguem enfrentá-los. É o que afirma uma reportagem publicada nesta terça-feira, 18/12, pelo diário americano “The Christian Science Monitor”.
O jornal relata o trabalho de um grupo de evangélicos da favela da Mangueira que tenta convencer traficantes de drogas a deixarem as armas e se converterem. Segundo o veículo, os evangélicos pentecostais conseguem se aproximar dos traficantes de drogas porque, normalmente, pertencem à comunidade ou, no passado, tiveram relação com o tráfico.
A matéria diz ainda que o propósito do grupo não é combater o crime, mas converter o máximo de pessoas possível. De acordo com o jornal, eles são respeitados nas favelas do Rio, porque a maioria dos traficantes não contesta o trabalho missionário realizado pelos pentecostais.
O diário acrescenta que, segundo os pesquisadores, os criminosos poupam os evangélicos porque, embora não sigam a doutrina religiosa, a maioria ainda acredita em Deus.
Em entrevista ao veículo americano, uma antropóloga do Rio de Janeiro diz que o catolicismo é visto uma religião que faz pouco para combater o crime, enquanto os evangélicos são vistos pela comunidade como uma entidade separada e incorruptível, que luta pelo bem da população.
O “Christian Science Monitor” comenta ainda que o Brasil tem mais evangélicos pentecostais do que qualquer outro país da América Latina, com mais de 10% da população se identificando como pentecostais no Censo Populacional de 2000, quase o dobro do que uma década antes.
O jornal finaliza dizendo que os pentecostais conseguem entrar em áreas onde até mesmo os pesquisadores do Censo não têm acesso.
Fonte: Elnet