A Indonésia está abalada pelo tsunami que ceifou centenas de vidas no último sábado, 22 de dezembro, e as igrejas locais têm se apresentado como um farol de esperança para os sobreviventes que foram atingidos pela tragédia de alguma forma.
A maioria da população indonésia é muçulmana, mas há certa liberdade de atuação para os cristãos do país. Uma das igrejas que se preparava para celebrar o Natal e estava reunida no momento do tsunami passou a se dedicar a oferecer ajuda aos necessitados. “Após este incidente, Deus nos deixou continuar [vivos] para servir ao povo, e esta é a melhor chance de servir. Esta é a hora de dizer que Deus está presente em Carita”, disse o pastor Markus Taekz.
A Igreja Pentecostal Rahmat, liderada por Taekz, decidiu usar a celebração do Natal para orar pelos afetados pela tragédia, embora nenhum dos 220 membros da congregação tenha sofrido ferimentos. “Essa é uma situação incomum, porque temos um desastre terrível que matou centenas de irmãs e irmãos em Banten. Então, nossa celebração está repleta de luto”, declarou o pastor, segundo informações do Daily Mail.
Até o momento, o número de mortes chega a 429. As informações iniciais indicam que o tsunami foi causado por uma erupção vulcânica no litoral do estreito de Sunda, que separa as ilhas de Sumatra e Java. As equipes de resgate
Ainda não há segurança, já que o acidente pode se repetir. Muitas famílias estão com muito medo de voltar para casa. “Estou aqui há três dias”, disse Neng Sumarni, 40, que dormia com seus três filhos e marido no chão de uma escola, com outros desabrigados ou evacuados de suas casas. “Tenho medo porque minha casa fica bem perto da praia”.
A falta de água potável e remédios dificulta a tarefa e afeta milhares de refugiados em abrigos. Crianças estão sendo diagnosticadas com desidratação e outros sintomas: “Muitas crianças estão doentes com febre, dores de cabeça e não beberam água suficiente”, disse o médico Rizal Alimin ao portal Telegraph. Ele trabalha para a ONG Aksi Cepat Tanggap, em uma escola que se transformou em um abrigo temporário. “Temos menos remédios do que o habitual [e] não há água limpa suficiente. Eles precisam de comida e as pessoas estão dormindo no chão”, acrescentou.
Um dos envolvidos no esforço de socorro, identificado apenas como Harmensyah, disse: “Entendo que alguns grupos de refugiados não consigam comida, mas o mais importante para nós é salvar vidas e evacuar os corpos antes que eles comecem a se decompor”, ponderou. A Indonésia é formada por mais de 17 mil ilhas e constantemente é atingida por ondas gigantes. Mesmo mantendo um sistema de alerta de tsunamis, em certas ocasiões não é possível evitar as tragédias.