Para muitos cristãos, o Carnaval é uma prática inapropriada à sua conduta religiosa. Ana Cristina é uma das pessoas que concorda com este ponto de vista. Como membro da Igreja Pentecostal, não participa desta manifestação, porque desde cedo os pais a ensinaram que participavam do Carnaval pessoas que procuravam Jesus para o matar.
De acordo com ela, também há igrejas que aconselham os seus membros a não participarem deste evento, por acreditarem que esta manifestação não edifica de modo algum a vida espiritual dos cristãos.
Por este facto e a conselho dos pais, Ana Cristina vê o Carnaval como uma prática invulgar e errada do ponto de vista religioso. Assim como ela, outros jovens cristãos acreditam neste conceito e seguem-no. Para eles, a alegria esporádica da festa do povo pode levar os jovens a terem comportamentos e atitudes erróneas.
“Tudo nos é lícito, mas nem tudo nos convém, ou melhor, tudo nos é permitido, mas nem tudo nos edifica”. A passagem é bíblica e pode ser encontrada no livro de I Coríntios, capítulo seis e versículo doze. Por causa dela, muitos cristãos negam-se a participar do Carnaval.
Segundo pesquisadores, o entrudo é um período de festas que tem as suas origens na Antiguidade. Tal manifestação foi recuperada pelo cristianismo e era marcada pelo “adeus à carne” ou “carne vale”, dando origem posteriormente ao termo “Carnaval”. O Carnaval acontecia então entre o final de Dezembro e o início de Janeiro.
Na idade média, os católicos observavam com muito rigor o jejum e a penitência nos 40 dias da Quaresma. Foi assim que em 1466 o Papa Paulo II pensou que seria bom os cristãos se reunirem, antes da Quaresma, para viver uma semana de muita alegria, com danças, festas, comida e bebida.
Segundo membros da Igreja Evangélica Deus é Amor, existem muitas práticas tradicionais que não vão ao encontro dos mandamentos bíblicos. “O cristão não pode adorar Deus e Maomé simultaneamente”, por isso, não convém, na opinião destes, participar desta manifestação.
Já os que não professam nenhuma religião ou sentem-se mais liberais em relação a este assunto encaram o Carnaval como um momento privilegiado de alegria e descompressão total. Neste sentido, hoje, tudo isso é fácil de entender, porque o Carnaval sempre foi tido como a festa mais alegre e divertida do mundo e dificilmente se encontra alguém que nunca tenha saído para pular no entrudo.
De salientar que no século XIX, o Carnaval tornou-se moderno, feito de desfiles e fantasias. As cidades de Paris e Veneza foram os grandes modelos exportadores da festa carnavalesca para o mundo. Hoje, o Brasil tornou-se o país com o melhor Carnaval do mundo.
Fonte: Jornal de Angola