A Bíblia não o menciona, mas a trama de um filme de fantasia ambientado na Índia dá a Jesus Cristo um irmão gêmeo – e do mal.
“The 13th Disciple” (O 13o Discípulo), do cineasta alemão Robert Sigl, ainda se encontra em fase de produção, mas o produtor Mario Stefan está no Estado turístico indiano de Goa, tentando atrair um co-produtor indiano para o projeto.
“É uma aventura de fantasia, e a história acontece na Índia dos dias atuais”, disse Stefan nos bastidores do 38o Festival Internacional de Cinema da Índia, aberto no fim de semana.
A história acompanha a jornada de dois arqueólogos alemães à procura de evidências de que Jesus teria viajado à Índia.
Os pesquisadores, eles próprios gêmeos, descobrem que Jesus teve um irmão gêmeo maligno que está reencarnado no presente e chefia uma seita religiosa.
O roteiro de Sigl estava pronto havia vários anos, depois de o produtor original ter morrido num acidente, disse Stefan.
As filmagens do projeto, previsto para custar cerca de 5 milhões de euros (7,4 milhões de dólares), serão principalmente na cidade santa hindu de Varanasi, no norte da Índia, e no Estado de Kerala, no sul do país, no segundo semestre de 2008.
O elenco será em sua maioria indiano.
Stefan disse que não prevê nenhuma polêmica em torno de “13th Disciple”, que terá Jesus Cristo apenas no pano de fundo, e não como personagem.
“Ficará claro desde o início que nosso filme é ficção”, disse ele. “Mesmo 'O Código Da Vinci' foi ficção, mas baseada em muitas idéias reais.”
O best-seller de Dan Brown provocou a ira da comunidade católica por ser baseado na teoria de que Jesus e Maria Madalena teriam se casado e tido filhos.
“O Código Da Vinci” foi proibido em vários Estados indianos, até ser lançado com o aviso de que era uma obra de ficção.
Os cristão formam 2,5 por cento da população de 1,1 bilhão de habitantes da Índia, país oficialmente secular mas predominantemente hindu.
“Se você trata de temas religiosos, precisa tomar cuidado para não ofender ninguém”, disse Stefan. “Nosso filme não é baseado em fatos verídicos, nem quer transmitir nenhuma mensagem religiosa.”
Fonte: O Globo Online