O drama da freira norte-americana naturalizada brasileira o comoveu. “Na mesma hora pensei em vir ao Brasil investigar essa história”.
Autor de três documentários em longa-metragem, com predileção por países distantes (fez um documentário sobre a primeira mulher eleita presidente da Libéria, na África), ele ainda estava indeciso sobre vir ou não, quando descobriu que o irmão de Dorothy morava na mesma cidade que ele e tinham amigos em comum.
Depois de conversar com ele, decidiu filmar Mataram Dorothy Stang. “Senti como se uma mão invisível me empurrasse para essa história e decidi formar uma equipe para ir ao Brasil”.
Embora soubesse que poderia ser perigoso ir para o Pará, uma região marcada por conflitos entre sem-terra, grileiros e latifundiários, Jung conta que não teve medo.
“Cheguei na região pouco depois do crime, havia muita imprensa no local, dificilmente eles fariam algo contra um cineasta americano”, afirma.
A maior dificuldade, para ele, foi convencer certas pessoas a falar. “Para um estrangeiro, sempre é mais difícil”, conta.
Jung explica que fez ao todo dez viagens ao longo de dois anos, conversando com a maioria das pessoas envolvidas na história.
“Entrevistei os sem terra da região, que ela ajudava, mas procurei também coronéis e donos de terra, gente que a detestava, afirmando que ela era uma estrangeira que defendia interesses de fora”, diz.
Para ele, o importante era fazer um documentário imparcial. Jung pretende exibir o filme no Brasil. “Há muito interesse por aqui. Depois do Rio, já fomos convidados para os festivais de São Paulo e Brasília”.
A equipe fará exibições no Pará e está procurando distribuidor para que o filme seja exibido nos cinemas.
Fonte: Terra
Via: O Verbo