O anel real da rainha Jezabel, citada na Bíblia, foi encontrado, segundo uma pesquisadora holandesa. Marjo Korpel, especialista da Universidade de Utrecht, identificou o sinete, espécie de carimbo pessoal, usado pela soberana.
Segundo Korpel, o objeto era maior que o normal da época, feito de opala e com uma série de desenhos e inscrições. Os símbolos, de acordo com a especialista, estão associados à realeza e à figura feminina, como uma esfinge com coroa de rainha, serpentes e falcões. Para a especialista, todas as evidências indicam que o sinete realmente pertencia à personagem bíblica.
Antes dos estudos de Korpel, já se suspeitava que o artefato era da rainha. O anel foi analisado pela primeira vez por um arqueólogo israelense na década de 60. O estudioso obteve o objeto em um mercado de antigüidades e não conseguiu provar porque o suposto nome de Jezabel, gravado na opala, estava escrito errado.
Anos depois, Korpel avaliou o sinete e o comparou com outros objetos da época, produzidos por volta do ano 850 a.C., quando viveram a rainha e seu marido Acabe, rei de Israel. A especialista percebeu uma pequena área quebrada e, pela distribuição das letras, Korpel estimou que faltavam duas outras para compor o nome em hebraico, o suficiente para “corrigir” o nome Jezabel. Para a pesquisadora, todos os detalhes tornam grande a probabilidade do artefato ter sido da rainha.
Jezabel era cruel, segundo a Bíblia
Jezabel (de origem fenícia, segundo a Bíblia) e seu marido Acabe reinaram numa época em que o antigo reino israelita estava dividido em duas partes rivais: Judá, no sul, cuja capital era Jerusalém e cujo povo deu origem aos atuais judeus; e Israel, no norte, onde o casal governava e cuja capital era Samaria.
No Primeiro Livro dos Reis, do Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, Jezabel é retratada como uma mulher corrupta, que faz os habitantes de Israel adorarem deuses pagãos e ainda induz seu marido Acabe a tomar injustamente as terras de seus súditos. O sinete mostra que realmente a rainha era bastante influente durante o reinado. O artefato era usado para ratificar documentos, o que significa que ela podia “despachar” por conta própria em seu palácio.
O trabalho de Korpel será publicado numa revista científica especializada em estudos lingüísticos que não teve o nome divulgado ainda.
Fonte: Elnet