A indicação do sucessor do ministro Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal (STF) está sendo debatida intensamente entre as lideranças evangélicas e integrantes da bancada que representa o segmento no Congresso Nacional. O nome do atual ministro da Justiça e Segurança Pública, pastor André Mendonça, surge como favorito.
Líderes evangélicos contam com o compromisso assumido publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro na indicação de um jurista “terrivelmente evangélico” para a vaga que será aberta no dia 12 de julho de 2021, quando Marco Aurélio Mello completa 75 anos e será aposentado compulsoriamente.
“Eu acredito que o André Mendonça seja o número 1 porque Bolsonaro quer e, sendo evangélico, tem meu apoio”, declarou o pastor Silas Malafaia, conforme informações da revista Veja. O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) teve forte desentendimento com o presidente por ocasião da indicação de Nunes Marques para a vaga de Celso de Mello ano passado.
O segmento evangélico do eleitorado, essencial para a vitória de Bolsonaro em 2018, continua com a mesma força nos bastidores da política. Na Câmara dos Deputados, a bancada evangélica soma 140 deputados, o que confere status de indispensável em qualquer votação de pauta para o governo.
“Fora da Praça dos Três Poderes, os evangélicos, com seus 65 milhões de fiéis pelo país, têm sido um importante pilar de sustentação da popularidade de Bolsonaro. Ciente de que o presidente cogita indicar o ministro da Justiça, André Mendonça, pastor da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília, a maior parte dos líderes evangélicos se uniu e adotou a estratégia de apoiar o mesmo nome. Hoje, a intenção é costurar uma unanimidade em torno de Mendonça”, garantem os jornalistas Laryssa Borges e Nonato Viegas.
Entretanto, essa costura ainda carece de convencimento de uma parte das lideranças, que tentam emplacar o nome do procurador do Ministério Público do Distrito Federal, José Eduardo Sabo Paes, que é pastor da Igreja Presbiteriana, assim como Mendonça.
O presidente da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure), Uziel Santana, compareceu a uma audiência com o presidente Jair Bolsonaro ao lado do ministro André Mendonça e do procurador Sabo Paes.
Esse mesmo trio também já se reuniu com o ministro Luiz Fux, presidente do STF, e a pauta central dos dois encontros foi a discussão de medidas de combate à corrupção, “mas, claro, acabamos tratando também da sucessão de Marco Aurélio”, admitiu Uziel Santana.