O nome do diretor Michael Moore sempre aparece numa polêmica, esteja ele dirigindo ou não.
E dessa vez é com ele bem longe das câmeras. Isso porque Michael Moore é organizador e presidente de um festival de cinema em Traverse City, no estado de Michigan. E um dos filmes selecinados para o festival se chama ”Jesus Camp”, dirigido por Heidi Ewing e Rachel Grady, e que fala sobre um acampamento de férias para filhos de famílias cristãs ”renascidas em Cristo” – e que esperam um dia se tornar algo como Billy Graham (que foi o fundador da Igreja Batista no sul dos Estados Unidos). ”Jesus Camp” recebeu o prêmio de melhor filme na opinião do júri no Festival de Tribeca, organizado por Robert De Niro.
Ocorre que os produtores e distribuidores do filme, a Magnolia Films, mandaram uma carta para o festival de Michael Moore pedindo que ”Jesus Camp” fosse tirado da programação. Nem a organização e muito menos Michael Moore responderam a solicitação. Pelo contrário, informaram que ”Jesus Camp”, que antes havia sido programado apenas para um dia, agora sera exibido três vezes em dois dias (neste sábado e domingo).
O que chama atenção é o argumento usado pela Magnolia Films. Os executivos da distribuidora acham que passar ”Jesus Camp” num festival que tem por traz Michael Moore, diretor do polêmico ”Fahrenheit 11 de Setembro”, pode fazer parecer que Michael Moore endossa a produção e isso poderia ser prejudicial para a carreira comercial do filme. Há uma multidão que não gostou ou não aprovou ”Fahrenheit” e por isso deixaria de ver ”Jesus Camp”.
É estranho, sim. A Magnolia Films deveria pensar justamente o contrário. E a multidão que gostou? É preciso se lembrar ”Fahrenheit 11 de Setembro” fez mais de 100 milhões de dólares nas bilheterias americanas, coisa que nenhum outro documentário conseguiu. E nesse sentido, o endosso de Michael Moore poderia fazer muito bem à carreira de ”Jesus Camp”.
Fonte: e-Pipoca